O Prefeito da Congregação para o Clero, Cardeal Bienamino Stella, recordou o Cardeal húngaro Jozsef Mindszenty, que no dia 2 de maio completou 43 anos de falecimento e deixou um legado de fidelidade e a certeza de que “a perseverança da fé vence o mundo”.

Segundo informa L'Osservatore Romano, na Missa celebrada em 2 de maio, o Prefeito disse que o Cardeal Mindszenty foi “um modelo exemplar de vida sacerdotal e zelo apostólico”, ante a perseguição do regime comunista na Hungria nas décadas de 1940 e 1950.

Depois de recordar que ele e muitos outros “sofreram a violência e a hostilidade por causa da sua fé”, o Prefeito sublinhou que o Cardeal Mindszenty “é uma testemunha viva de que a perseverança da fé vence o mundo”, pois demonstrou “uma força especial para testemunhar o Evangelho e servir ao povo de Deus, também nos momentos mais dramáticos e nas páginas escuras da vida da Igreja na Hungria”.

Na antiga basílica romana de Santo Stefano de Monte Celio, o Cardeal Stella disse que a Eucaristia que celebrou “é como se eu estivesse pagando uma dívida ao comemorar um pastor como o Cardeal Mindszenty, por todo o bem que recebi do seu testemunho sacerdotal, especialmente durante a minha juventude”.

O Prefeito do Clero recordou que “foram anos turbulentos e difíceis, marcados pela perseguição à Igreja Católica, que nos faziam olhar para estes pastores” com “admiração, respeito e veneração”.

O Cardeal Mindszenty, continuou, “foi um simples e bom pastor, disposto a dar a sua vida pela Igreja e pelo país”, que “ajudava e acompanhava o povo de Deus, para salvá-lo da angústia da perseguição” e “promover com firmeza a fidelidade à Igreja e à doutrina cristã, contra a opressão do regime”.

József Mindszenty nasceu na Hungria em 1892. Foi ordenado sacerdote aos 23 anos e nomeado Bispo de Verzprém em 1944. No ano seguinte, foi transferido para a sede da Eztergom. Foi criado Cardeal em 1946.

Em 26 de dezembro de 1948, Mindszenty foi preso por denunciar os abusos da invasão soviética. Foi torturado para “confessar” seus crimes.

Em 1949, foi condenado à prisão perpétua em um julgamento que foi uma farsa. Foi libertado em 1956 e se refugiou na embaixada dos Estados Unidos.

József Mindszenty se recusou várias vezes a deixar a Hungria enquanto o governo não retirasse as acusações caluniosas e o reconhecesse como Primaz do país. Finalmente, em setembro de 1971, viajou para Roma, onde morreu em 6 de maio de 1975.

Em suas memórias, escreveu: “Nas minhas lembranças, a dor e a passividade forçada ocupam a maioria dos meus anos. Como o paciente Jó, submetido a provas difíceis, durante um período terrível da minha vida fui muito infeliz. Por isso, não vou relatar somente as coisas edificantes e satisfatórias; contarei as coisas da vida, de tantas tristezas, mas também de tantas consolações, falarei em breves palavras, da verdade”.

O Prefeito da Congregação para o Clero disse em sua homilia que “o Cardeal Mindszenty morreu devido a algumas complicações durante uma intervenção no coração”.

Depois de receber anestesia, relatou o Cardeal Stella, o Purpurado húngaro deixou cair um terço: “Assim terminou a sua peregrinação: rezando até o final, confiando em Deus sem reservas, entregando-lhe esse coração quebrado que estava consumido por toda a sua vida entregue ao seu povo”.

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