A Soberana Ordem de Malta nomeou seu 80º Grão-Mestre. Trata-se de Frei Giacomo Dalla Torre del Tempio  di Sanguinetto, designado pelo Conselho Pleno de Estado, formado por 54 representantes da Ordem, reunido na manhã desta quarta-feira, 2 de maio, na Villa Magistral de Roma, onde está a sede da Ordem.

Para fazer-se efetiva a eleição, o novo Grão-Mestre deverá prestar juramento ante o Delegado Especial do Papa para a Soberana Ordem de Malta, Dom Giovanni Angelo Becciu, e dos membros do Conselho Pleno de Estado. O juramento acontecerá na quinta-feira, 3 de maio, na igreja de Santa Maria de Aventino.

Finalizada a votação, a Ordem de Malta comunicou a nomeação, primeiramente, ao Papa Francisco e, em seguida, a todos os Grandes Prioratos, Subprioratos e Associações nacionais da Ordem. Depois, informou às delegações diplomáticas de todo o mundo e às dos 107 Estados com os quais mantém relações diplomáticas.

Depois de tomar conhecimento de sua eleição, o novo Grão-Mestre mostrou sua vontade de continuar as reformas da Constituição da Ordem empreendidas a partir de 2017. Assim, pretende culminar o processo de adaptação da Ordem às mudanças experimentadas nas últimas décadas.

A Carta Constitucional da Ordem, que data de 1961, e seu Código foram reformados no ano de 1997, embora tenha se tratado de um reforma parcial que, atualmente, se revela insuficiente.

O novo Grão-Mestre deverá ter nos próximos dias seu primeiro compromisso oficial. Trata-se da peregrinação anual a Lourdes, de 4 a 8 de maio. Esta peregrinação é um dos momentos mais importantes para a Ordem, devido ao seu valor espiritual para membros e voluntários.

Espera-se a participação de mais de 7 mil membros procedentes de todo o mundo, cujo principal objetivo será servir a 1.500 peregrinos, enfermos e deficientes.

A origem da Ordem de Malta remonta ao século XI, quando esta instituição, então denominada Cavaleiros Hospitalários, instalou um hospital em Jerusalém para ajudar os peregrinos que chegavam à Cidade Santa, independente de sua religião.

Apesar das vicissitudes dos séculos, a Ordem conseguiu chegar aos tempos atuais mantendo sua missão hospitalária original. Atualmente, a Ordem possui mais de 2 mil projetos de âmbito social e sanitário em 120 países do mundo. Conta ainda com mais de 120 mil voluntários e trabalhadores de saúde.

A Constituição da Ordem estabelece que o Grão-Mestre é eleito por toda a vida. É o soberano e superior religioso da Ordem, da qual ostenta a máxima autoridade, motivo pelo qual, no âmbito da diplomacia internacional, tem consideração de Chefe de Estado. Sua residência oficial está no Palácio Magistral de Roma, sede da Ordem de Malta.

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