No último sábado, 28 de abril, no Santuário da Divina Misericórdia, em Cracóvia (Polônia), foi beatificada a enfermeira Hanna Chrzanowska, amiga de São João Paulo II, que cuidou não só da saúde física dos pacientes, mas também de seu bem-estar espiritual.

A cerimônia foi presidida pelo Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal Angelo Amato, o qual afirmou em sua homilia que “Hanna foi uma lanterna de luz na escuridão da dor humana”.

Um testemunho que também o Papa Francisco destacou no domingo, depois da oração do Regina Coeli. A Beata Hanna Chrzanowska “dedicou sua vida a cuidar dos enfermos, nos quais via o rosto de Jesus sofredor”. “Demos graças a Deus pelo testemunho desta apóstola dos enfermos e esforcemo-nos a imitar seu exemplo”.

Hanna Chrzanowska nasceu em 7 de outubro de 1902, em Varsóvia (Polônia), no seio de uma família metade protestante e metade católica.

Segundo destacou Vatican News, era uma pessoa que amava a enfermaria, a literatura e rezava para cuidar da alma. Hanna “dava importância à totalidade do ser humano”.

Em sua vida, foi influenciada por sua tia Sofia, também enfermeira e fundadora do hospital pediátrico de Varsóvia, onde a então menina se recuperou da rubéola e experimentou “a delicadeza das enfermeiras”.

“Desde pequena, Hanna havia aprendido de seus pais a viver os valores humanos e cristãos fundamentais. Isso a levou à profissão de enfermeira, primeiro como atividade filantrópica, depois como verdadeiro apostolado cristão”, afirmou o Cardeal Amato em entrevista a Vatican News.

Entretanto, naquela época, a escola de enfermaria estava fechada e decidiu se inscrever na faculdade de Letras. Escreveu contos e poemas que foram os primeiros passos que a aproximaram do Senhor.

“Aos 30 anos, sua vida teve um giro decisivo para a santidade, cultivada com a oração, com a comunhão e a adoração eucarística, com exercícios espirituais, com a recitação do Santo Terço”, afirmou o Cardeal Amato.

Para Hanna, não bastava cuidar dos pacientes no hospital e começou as visitas domiciliares, o que chamou de “enfermaria aberta”.

Porém, teve início a Segunda Guerra Mundial e Hanna também se colocou a cargo dos órfãos, dos deslocados e dos judeus. Os oficiais nazistas não tinham a coragem de detê-la por causa do suas origens alemães e sua estreita colaboração com o Arcebispo de Cracóvia.

Sua amizade com Karol Wojtyla

Era 1957 e Hanna desejava levar sua iniciativa de enfermarias abertas às paróquias. Para isso, pediu ajuda ao Pe. Karol Wojtyla, o qual, em 1958, seria nomeado Bispo Auxiliar de Cracóvia.

A enfermeira recordou sempre aquele primeiro encontro em seu diário, quando o futuro Papa a olhou em silêncio e com um sorriso gracioso que, a princípio, a deixou aborrecida.

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Com o passar dos anos, o já Arcebispo de Cracóvia a acompanharia para encontrar os enfermos, práticas que mais tarde seriam habituais durante as visitas pastorais de São João Paulo II.

A agora beata faleceu em 29 de abril de 1973, em Cracóvia.

Em seu funeral, o então Cardeal Wojtyla disse: “Obrigado, Hanna, que viveu em meio a nós, que foi assim, como era, a encarnação das bem-aventuranças de Cristo, especialmente a que diz: bem-aventurados os misericordiosos”.

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