A jovem Leah Sharibu, sequestrada pelo Boko Haram junto com outras estudantes na Nigéria e que continua em cativeiro por se negar a renunciar ao Cristianismo, poderia ser escravizada pelos terroristas, conforme denuncia a mídia local.

Leah Sharibu tem apenas 15 anos e, junto a outras 109 jovens, foi sequestrada por membros do Boko Haram em uma escola de Dapchi, no dia 19 de fevereiro.

Em 21 de março, esteve prestes a ser libertada com suas companheiras, mas não aceitou a condição imposta pelos sequestradores, isto é, que renunciasse ao Cristianismo e se convertesse ao Islã.

A mãe da menina, Rebecca Sharibu, relatou que sua filha sempre afirmou, até o último instante, que “não se converteria”, apesar de as colegas terem insistido para que ela o fizesse garantindo assim a sua libertação.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, no momento da despedida, Leah Sharibu teria pedido às amigas que “rezassem por ela”.

Por sua vez, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre indica que, com o passar dos dias, sem haver qualquer sinal positivo de eventuais negociações entre o governo nigeriano e o Boko Haram para a libertação da adolescente, cresce o receio de que Sharibu seja feita escrava ou forçada a participar em algum atentado. Essa hipótese tem sido levantada por diversos meios de comunicação locais que acompanham o caso.

Milhares de crianças sequestradas

Na última semana, a organização das Nações Unidas para a Infância, Unicef, denunciou que o Boko Haram é responsável pelo sequestro de mais de mil crianças na Nigéria desde 2013.

De acordo com a entidade, “existem poucos lugares seguros para as crianças no nordeste” da Nigéria, situação que é “inadmissível”.

Este grupo fundamentalista islâmico é ligado ideologicamente ao autoproclamado Estado Islâmico e atua principalmente na região norte da Nigéria desde 2009. Tem por objetivo edificar na região nordeste do país um “califado” gerido pela interpretação mais rigorosa da “sharia”, a lei islâmica.

Entre os principais alvos dos terroristas estão comunidades cristãs, igrejas, capelas, centros paroquiais, instalações governamentais, da polícia e exército. Em seus ataques, já causou mais de 20 mil mortos e deixou quase 2 milhões de deslocados.

Além disso, a Unicef chamou a atenção ainda para o fato de que, desde 2009, cerca de 2300 professores foram assassinados e mais de 1400 escolas foram destruídas ou atacadas.

Entre os ataques a escolas perpetrados pelo Bok Haram esteve o que resultou no rapto de Leah Sharibu e outras 109 estudantes, ocorrido em 19 de fevereiro em um colégio de Dapchi, o qual foi o segundo maior ocorrido na Nigéria.

 O maior sequestro no país também foi realizado por este grupo islâmico, em 2014, quando levaram 270 alunas da aldeia de Chibok, algumas das quais conseguiram fugir e outras foram libertadas progressivamente.

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