Logo depois da polêmica legalização dos “matrimônios” homossexuais e o divórcio “express” na Espanha por parte da Câmara de Deputados, os bispos espanhóis coincidem em lamentar o grave atentado que se cometeu contra o ser humano e advertem das funestas conseqüências que isso conduz à família humana.

O Arcebispo do Toledo, Dom. Antonio Cañizares Llovera, manifestou a aprovação destas reformas legais “constituem um ataque grande, grave e de muito gravíssimas conseqüências para a família”.

A juízo do Vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), a aprovação destas leis anti-família marcou um “dia no qual  quem sofre é o homem e a quem não se protege é ao homem”.

Em uma mensagem difundida pela cadeia radial COPE, o Primado da Espanha, assegurou que “esta semana é uma semana muito grave dentro de nossa história, a história desta a Espanha de tantos méritos e de tanta contribuição de humanização ao longo de sua história. Assim pouco poderemos contribuir. Mas bem será uma degradação quem agora nos conduza”.

Diante esta situação, o Arcebispo primaz pediu fazer um “grande esforço na pregação e na catequese, na preparação ao matrimônio nos grupos familiares e nas escolas de pais, nos meios de comunicação próprios e nos quais se nos permita e respeite” para procurar o fortalecimento da vida espiritual e cristã. “Isto não será guerra religiosa, senão simplesmente cumprimento de nosso dever”, acrescentou.

Um dia muito triste

Por sua parte, o Presidente da CEE, Dom. Ricardo Blázquez declarou que a jornada de 30 de junho, foi “um dia muito triste para os espanhóis porque a estabilidade matrimonial foi gravemente ferida e se desatou uma grande confusão sobre o matrimônio e a família”.

Em declarações a Rádio Vaticano, o Bispo do Bilbao adicionou que com essa reforma do Código Civil espanhol se trocou profundamente a estrutura do matrimônio.

Depois de manifestar sua certeza do caráter inconstitucional das leis passadas, Dom Blázquez assegurou que isso terá conseqüências na sociedade civil, “a primeira, a confusão sobre os valores fundamentais da ordem moral”.

A respeito se perguntou sobre a maneira de educar aos meninos em matéria sexual, adiantando que haverá uma grande confusão que coloca aos pais e educadores em uma situação difícil.

“Espetáculo vergonhoso”

De outro lado, o Bispo do Segorbe-Castellón e presidente da Subcomissão de Família e Vida da Conferência Episcopal, Dom Juan Antonio Reig Pla, disse sentir vergonha pelo ridículo que está fazendo a Espanha ante o mundo.

“Como espanhol, sinto-me envergonhado. Estamos fazendo o ridículo mais espantoso diante dos olhos atônitos da Europa, da América Latina e de todo o mundo. Estamos dando um espetáculo vergonhoso”, declarou ao Mundo desde Lourdes, França, onde se encontra em peregrinação com centenas de seus fregueses no santuário Mariano.

Do mesmo modo, lamentou o mau exemplo da Espanha e o efeito contagioso de sua antinatural decisão, particularmente na América Latina. Segundo Dom Reig Pla, a outrora católica a Espanha “que levou a luz da evangelização ao Novo Mundo, manda-lhe agora a escuridão”. A legalização do “matrimônio” homossexual “pode provocar uma cascata de reações naqueles e em outros países”, precisou.

Apesar de reconhecer que se trata “um retrocesso na civilização, uma cegueira e um atentado contra a instituição familiar”, o Prelado assegurou que “os católicos não vão parar, vamos seguir mobilizando às famílias para que a lei não se leve adiante”.

Nesta linha, o Bispo pediu que o movimento familiar siga ativo, pois “assistir impassível às maldades de um Governo que lhe dá as costas ao que lhe dá estabilidade à nação, quer dizer à família, seria cometer um grave pecado de omissão”.

Da mesma maneira, Dom Reig Pla fez um chamado a que se interponham recursos judiciais e se recorra à oração. “Estamos aqui em Lourdes, rezando aos pés da Virgem para que troque o coração dos governantes. E o que é impossível para os homens está acostuma ser muito fácil para  María”, disse o Bispo.