O Ministro da Saúde, Ginés González García, quem desde que chegou à carteira mostrou um particular interesse por despenalizar o aborto na Argentina, considerou como “boa notícia” a decisão da justiça portenha de permitir o aborto a uma mulher que alega ter problemas de saúde.

Sob o argumento de diminuir a mortalidade materna, o funcionário assinalou a um meio local que a despenalização do aborto deve ser ampliada a outras causais “em função de proteger a vida”.

Embora o Código Penal argentino permite o eufemístico aborto terapêutico, os médicos a cargo do caso decidiram pedir autorização a Corte Suprema de Buenos Aires, a qual aprovou sua prática com seis votos a favor e três em contra.

Sem fazer menção ao direito à vida do não nascido, González García disse que “é uma boa notícia a autorização”. Disse que se deve abrir um debate em torno do aborto e que de ser aprovado se estaria “progredindo e amadurecendo”.

Por sua parte, o Presidente da Corte Suprema portenha, Héctor Negri, assinalou que votou em contra porque o aborto “significa uma condenação a morte inexorável para a pessoa por nascer”.

“Eu entendo como juiz de direito da província de Buenos Aires que não há nenhuma lei que me autorize a dispor a morte de uma pessoa, pelo contrário, lhe diria que todas as leis me levam em sentido contrário, a proteger sua vida”, afirmou.

O magistrado recordou que a Constituição argentina estabelece que a vida de uma pessoa começa na concepção e desde esse instante “deve ser protegidos sua dignidade e seus direitos”. Acrescentou que embora a vida da mãe corre perigo, está-se procurando como solução “a morte do menino”, cuja gestação vai pelo quinto mês.

Por outro lado, meios locais informaram que após as declarações do Ministro de Saúde,

organizações pró vida liberaram globos azuis em protesto contra o falho da Corte portenha.