Na sexta-feira, 23 de fevereiro, foi concluído o período oficial para escutar os testemunhos de pessoas que acusam o Bispo de Osorno, Dom Juan Barros, de suposto encobrimento dos abusos sexuais cometidos por Fernando Karadima; entretanto, não se descarta que Dom Charles Scicluna receba mais algumas pessoas, porque permanecerá no Chile até 28 de fevereiro.

Em 30 de janeiro, foi anunciada a decisão do Papa Francisco de enviar o Arcebispo de Malta, Dom Charles Scicluna, ao Chile para “escutar quem manifestou a vontade de divulgar elementos que possuem” em relação a Dom Barros. O Prelado chegou ao país sul-americano no dia 19 de fevereiro e tinha programado atender as testemunhas de 20 a 23 de fevereiro.

Porém, foi internado na noite de 21 de fevereiro em uma clínica local para ser operado da vesícula. Diante deste imprevisto, Mons. Jordi Bertomeu, que chegou ao Chile acompanhando Dom Scicluna, assumiu as funções como delegado papal substituto.

Por meio de uma nota enviada no dia 23 de fevereiro pela Conferência Episcopal do Chile (CECh), Mons. Bertomeu disse que durante estes quatro dias de escuta “nos sobrecarregou a densidade do sofrimento”.

“Foram cumpridas as expectativas. O Santo Padre nos pediu para escutar e escutamos. Agora, é preciso administrar toda esta informação para entrega-la ao Santo Padre”, indicou.

Do mesmo modo, Mons. Bertomeu disse que, embora a rodada oficial tenha concluído na sexta-feira, dado que ambos permanecerão no país por alguns dias, “Dom Scicluna talvez receba mais alguém que o solicitar. Mas, oficialmente, termina hoje (23 de fevereiro)”.

“Diante de uma consulta jornalística sobre se Dom Juan Barros, Bispo de Osorno, participou, Mons. Bertomeu respondeu: ‘evidentemente, veio’. Indicou, ante outra consulta, que, como todos os encontros, foi cordial”, informou a CECh.

Na mesma nota, o porta-voz do Episcopado, Jaime Coiro, assinalou que “Dom Scicluna está em um repouso relativo de cinco dias”.

“Seu primeiro trabalho dentro deste repouso será conhecer o processo que Mons. Bertomeu conduziu. Em seguida, em virtude de tais antecedentes e do interesse que outras pessoas manifestaram por distintos meios (...), segundo sua recuperação e disponibilidade, poderia receber algumas pessoas neste mesmo lugar”, acrescentou Coiro.

Na nota de CECh, informou-se que, “sobre possíveis audiências com vítimas de abusos cometidos por religiosos maristas, Coiro reiterou que será Dom Scicluna que analisará todos os antecedentes recebidos durante este tempo”.

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