Por ocasião da Quaresma, diversas Dioceses portuguesas irão promover o auxílio aos cristãos perseguidos em todo o mundo, sobretudo no Oriente Médio, colaborando com projetos da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

Trata-se da iniciativa das renúncias quaresmais, na qual as dioceses de todo o país convidam os cristãos a apoiarem diferentes projetos e causas, com suas doações.

Conforme assinala a Fundação ACN em Portugal, “as renúncias quaresmais das dioceses portuguesas no corrente ano refletem uma forte preocupação pela situação das comunidades cristãs perseguidas no mundo, especialmente as que se encontram em países em guerra ou dilacerados por violência tribal e pela pobreza extrema”.

Entre as localidades onde cristãos vêm sofrendo perseguição e que serão auxiliadas pelas renúncias quaresmais estão Iraque, Paquistão, Síria, República Democrática do Congo, República Centro-Africana.

A Diocese do Funchal, por exemplo dividirá em partes iguais os recursos entre o Fundo Social Diocesano e a reconstrução de casas para os cristãos no Iraque, o que fará expressamente através da Fundação ACN.

Em nota explicativa, o Bispo do Funchal, Dom António Carrilho, lembrou que em 2014 “mais de 12 mil famílias cristãs da Planície de Nínive foram perseguidas” e obrigadas a fugir. “Hoje, passados três anos, as suas casas, bem como centenas de Igrejas, escolas, hospitais, permanecem destruídas”, assinalou.

Por isso, informou que o apoio dos católicos da Madeira e de Porto Santo será destinado a estas famílias iraquianas, pois deseja que a renúncia quaresmal de sua diocese “integre a campanha de reconstrução e construção de aldeias, de famílias e de projetos pessoais”.

“Neste espírito fraterno de partilha, o que será renunciado por nós, será para estes nossos irmãos sinal de vida nova, o cumprimento da promessa de que com Cristo venceremos aquilo que nas nossas vidas é escuridão”.

A Diocese de Leiria-Fátima também irá canalizar a renúncia quaresmal deste ano para “ajudar os cristãos perseguidos no Iraque e no Paquistão, onde vivem em condições das maiores carências”, indicou o Bispo Dom António Marto.

Além disso, o Prelado convidou os fiéis de sua diocese a se unirem ao Dia de Oração de Jejum pela Paz, convocado pelo Papa Francisco para o próximo 23 de fevereiro.

Outra Arquidiocese que se soma ao auxílio aos cristãos perseguidos é a de  Évora, que destinará a renúncia quaresmal à Síria.

Na mensagem enviada aos fiéis, o Arcebispo, Dom José Alves, lançou “um veemente apelo a favor dos cristãos” deste país “onde a guerra civil persiste há oito anos e já provocou quatrocentos mil mortos, cinco milhões de refugiados e oito milhões de deslocados”, dentro das próprias fronteiras.

Para o Prelado, o que está acontecendo na Síria é “uma autêntica calamidade de contornos indefinidos e com tendência a se agravar”.

Nesse sentido, nesta Quaresma, lançou o desafio aos fiéis para partilhar com os cristãos sírios “os dons espirituais pela oração e os dons materiais pela renúncia voluntária e pela esmola”.

Por outro lado, a Diocese de Beja decidiu que a coleta de donativos nesta Quaresma será destinada, em parte, aos cristãos que vivem na Terra Santa.

Já a Diocese de Portalegre-Castelo Branco optou pela ajuda à construção de um Centro de Saúde na Arquidiocese de Kananga, na República Democrática do Congo.

Segundo o Bispo Dom Antonino Dias, este centro tem como missão primordial “socorrer as crianças roubadas às famílias” e que foram usadas como soldados ou que perderam os seus pais na guerra.

Também a Diocese de Lamego vai apoiar a Igreja neste país africano, mais concretamente a “Diocese de Beni-Butembo, na região do Kivu-Norte”.

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