Através de um comunicado, o Bispo de São Luis, Dom Jorge Luis Lona, denunciou um projeto de lei provincial que busca promover esterilizações cirúrgicas em mulheres e homens utilizando recursos públicos.

No texto, Dom Lona assinalou que a esterilização é um método anticoncepcional “virtualmente irreversível”, que mutila toda a pessoa ao truncar seu projeto de vida. Acrescenta que a chamada “recanalização” só foi possível “em um número ínfimo de casos”.

Advertiu que “as experiências reais” indicam que as destinatárias serão em sua maioria mulheres jovens pobres com poucos filhos, e não aquelas com muitos filhos como quer fazer acreditar.

Do mesmo modo, denunciou que este método está “vinculado à injustiça chamada ‘eugênica’”, onde “perdem a possibilidade de procriar os supostamente ‘menos aptos’”. Além disso, assinalou o Prelado, “supõe uma desigualdade para a mulher, pois o varão é muito mais resistente a ser esterilizado”.

O Bispo de São Luis afirmou que o projeto de lei é contrário ao Código Penal, o qual castiga toda lesão que “prevê a capacidade de engendrar ou conceber”. Além disso, o texto apresentado “não admite a objeção de consciência”, por isso obriga aos médicos “a cometer um delito”.

Do mesmo modo, recordou que a Encíclica Evangelium Vitae, de João Paulo II, advertiu proféticamente o que “está acontecendo hoje em nossa pátria e em nossa província”, onde a vida de seus filhos se vê ameaçada “sob o influxo dos grandes poderes mundiais” que promovem e impõem “por qualquer meio uma massiva planificação dos nascimentos”, ao considerar que o crescimento demográfico das nações pobres é “uma ameaça para o bem-estar e a tranqüilidade de seus países”.

Dom Lona lamenta que após dez anos de sua publicação, os países opulentos sigam promovendo uma “cultura anti vida” que os levou a ser nações envelhecidas. Recordou que em 2004, uma reunião de peritos em Nova Iorque advertiu que “a ameaça do século XXI é o envelhecimento da população mundial”.

“No ano 2050, pela primeira vez na história humana, haverá mais pessoas de mais de 60 anos que jovens de menos de quinze anos. Do gráfico popuacional da pirâmide se está passando ao da urna funerária”, assinalou.