Em um funeral realizado na terça-feira, 23 de janeiro, na igreja católica de Saint Ailbe, em Ballybricken (Irlanda), centenas de pessoas deram o último adeus à cantora Dolores O’Riordan, vocalista da banda de rock The Cranberries.

Dolores O’Riordan faleceu em 15 de janeiro, aos 46 anos. A polícia local catalogou o falecimento como não suspeito, mas assinalou que um relatório sobre a causa de sua morte seria divulgado em abril deste ano.

A cantora irlandesa, cujo nome foi escolhido por sua mãe Eileen, uma devota católica, por causa de Nossa Senhora das Dores, sofria de transtorno bipolar.

Dias atrás, milhares participaram do velório da cantora na igreja de São José, em Limerick (Irlanda), sua cidade natal. O presidente da Irlanda, Michael Higgins, expressou suas condolências à família de Dolores.

Pe. Liam McNamara, que presidiu o funeral, destacou que a “personalidade amável e bela voz lhe deram inúmeros admiradores”.

“Deve-se acrescentou que é impossível contar a cifra de quantos resgatou da escuridão da depressão”, disse, segundo informa o jornal irlandês ‘The Irish Times’.

O sacerdote, também amigo da família O’Riordan, assegurou que “não há palavras adequadas para descrever Dolores ou para indicar com precisão a influência para o bem que teve ao longo dos anos”.

Recentemente, o Arcebispo de Cashel e Emly, Dom Kieran O’Reilly, destacou que “muitos corações na Irlanda e ao redor do mundo estão cheios de tristeza após saber da notícia”.

“Dolores colocou seus talentos dados por Deus a serviço dos demais”, destacou o Prelado e acrescentou que “seus dons ressoaram nas vidas de muitos e continuarão ressoando enquanto suas músicas e suas canções continuarão sendo tocadas e escutadas”.

Dom O’Reilly recordou que a cantora “disse que a Igreja tinha nutrido seu desenvolvimento como artista e música e, para ela, sua fé era sempre importante, uma fonte de fortaleza em sua vida”.

Dolores se encontrou duas vezes, em 2001 e 2002, com São João Paulo II na Santa Sé e cantou no concerto de Natal do Vaticano a convite do Papa Francisco em 2013.

O Arcebispo irlandês recordou que, “em uma entrevista, após se reunir com o agora Santo Papa João Paulo II, Dolores disse que sua fé era uma de suas maiores influências musicais”.

Os três filhos da cantora – Taylor, Moly e Dakota – participaram do seu funeral, além de sua mãe, sua irmã Angela e seus irmãos Terence, Brendan, Donal e Joseph. Também esteve presente se ex-marido, Don Burton.

Também participaram da cerimônia seus antigos companheiros de The Cranberries e Ali Hewson, esposa do cantor da banda irlandesa U2, Paul Hewson, conhecido como Bono.

A cerimônia começou com a Ave Maria, interpretada por Dolores junto ao também falecido tenor Luciano Pavarotti, e durante a Comunhão escutou-se a versão de Panis Angelicus interpretada pela cantora irlandesa.

Após o funeral, Dolores O’Riordan foi sepultada em uma cerimônia privada e familiar.

Contra o aborto

Em uma entrevista dada à revista musical Rolling Stone, em 1995, Dolores criticou duramente o aborto.

“Não é bom para as mulheres passar pelo procedimento e que lhes tirem algo vivo de seus corpos. Isso menospreza as mulheres, inclusive embora algumas mulheres digam ‘ah, não me importo de fazer isso’”, assinalou.

Para a cantora irlandesa, “cada vez que uma mulher tem um aborto, isso simplesmente esmaga sua autoestima, menor e menor e menor”.

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