A coroação da Virgem do Carmo de La Tirana é um presente do Papa Francisco que ajudará os chilenos a se sentirem mais unidos na fé, afirmou o reitor do santuário mariano localizado na região norte do Chile, Pe. Javier Sáez.

Em 18 de janeiro, durante a Missa que celebrará em Iquique, o Papa Francisco coroará a imagem da Virgem do Carmo de La Tirana como Rainha e Mãe do Chile, como fez São João Paulo II em 1987 com a imagem desta devoção que está no Santuário Nacional de Maipú.

O Santuário de Nossa Senhora do Carmo de La Tirana está a 1.800 quilômetros de Santiago.

Nos dias 16 de julho, recebe aproximadamente 300 mil peregrinos do Chile, do Peru e da Bolívia para saudar carinhosamente a “Rainha de Tamarugal” (pelas características geográficas do lugar) ou “La Chinita” (palavra de origem quéchua que significa “servidora”).

Dessa celebração de piedade popular, uma das maiores do norte do país, participam cerca de 200 grupos de danças religiosas de Arica, Iquique, Antofagasta, Calama, Pedro Valdivia, Maria Elena, Tocopilla, inclusive de Copiapó e de Santiago; que dançam durante cinco dias para homenagear a Virgem do Carmo, o Menino Jesus e São José.

O Papa Francisco coroará esta imagem em 18 de janeiro, como fez São João Paulo II em 1987 com a imagem de Nossa Senhora do Carmo, Rainha e Mãe do Chile, venerada no Santuário Nacional de Maipú.

O reitor do Santuário de Nossa Senhora do Carmo de La Tirana, Pe. Javier Sáez, disse ao Grupo ACI que a coroação é “um presente” necessário que “nos impulsiona a seguir trabalhando e a nos sentirmos mais unidos na fé como verdadeiros cristãos”.

“O que nós precisamos é renovar a fé, poder encontrar novamente o que se está perdendo, que é a presença de Deus, a presença de Cristo na nossa vida”, acrescentou.

Pe. Sáez, que também organiza a Missa em Iquique, explicou que cada grupo de dança teve uma preparação espiritual e inclusive desenvolveram cuidadosamente cada percurso por onde entrará e sairá a imagem da “Chinita”.

O Santuário de Nossa Senhora do Carmo de La Tirana, localizado a 75 quilômetros de Iquique, foi construído em 1550, devido à decisão de Frei Antonio Rondón, da Ordem das Mercês, responsável pela evangelização das regiões de Tarapacá e Pica.

O frade se inspirou em uma cruz cristã encontrada em meio à floresta de tamarugos.

Sob essa cruz, segundo a lenda, foram enterrados um prisioneiro português chamado Vasco de Almeyda e Huillac Ñusta, filha de um sacerdote inca, que se apaixonaram apesar da desaprovação do povoado indígena e foram assassinados com flechas.

Esses dez mil índios chegaram de Cusco em 1535, durante a primeira expedição espanhola ao Chile liderada por Diego de Almagro junto com quinhentos espanhóis. Mas, libertaram-se para combater a colonização, encorajados por Huillac Ñusta, que recebeu o apelido “La Tirana del Tamarugal”.

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