Após dois meses e 26 dias de seu falecimento, a diocese de Roma se prepara para iniciar amanhã oficialmente o processo de beatificação do Papa João Paulo II, a quem o mundo já proclama como “O Grande”.
Segundo o programa da cerimônia, que se celebrará na Basílica de San João de Latrão, logo depois de rezar as primeiras vésperas da festividade de São Pedro e São Paulo, padroeiros de Roma, tomará-se juramento em latim ao Cardeal Camillo Ruini, Vigário de Roma, os juizes do tribunal e os notários.
Como se recorda, em 13 de maio passado, o Papa Bento XVI decidiu suprimir o prazo previsto de cinco anos desde a morte de um candidato à santidade. O anúncio o fez no 24º aniversário do atentado que quase termina com a vida de João Paulo II. Graças a este gesto, amanhã 28 de junho começa oficialmente o processo de beatificação.
A cerimônia começará às 19h de Roma e será presidida pelo Cardeal Ruini. Depois, o postulador da causa, o sacerdote polonês Slawomir Oder, apresentará os papéis que o creditam como tal e os documentos recolhidos sobre a vida do Pontífice assim como a lista das pessoas por entrevistar.
A sessão concluirá com as indicações sobre quando se celebrará a primeira audiência, que será a porta fechada.
O Cardeal Ruini pronunciará um discurso e antes de abandonar o templo todos os presentes implorarão graças pela intercessão do Servo de Deus o Papa João Paulo II".
Avalanche de testemunhos
Desde que se publicou um endereço eletrônico oficial para recolher testemunhos sobre a santidade do defunto Pontífice, o Vicariato de Roma assegura receber centenas de cartas ao dia procedentes de todo o mundo.
A maior parte das cartas provêm da América Latina, seguidas pelas da Itália e Polônia.

Como seria o processo
O Padre Oder entregaria amanhã aos juizes a pasta com os informes recolhidos até agora sobre a vida do João Paulo II. Além disso, dos testemunhos se analisarão centenas de documentos, livros, discursos e apontamentos que o Papa realizou ao longo de sua vida. Esta informação se estima em mais de 100 mil páginas.
Depois que se demonstre que o candidato viveu as virtudes teologais de forma "heróica", o relatório passará pelas mãos do “promotor de justiça”, Giuseppe D'Alonzo, quem deverá resolver qualquer dúvida no processo.
Uma vez concluída a fase diocesana, a causa passa ao Vaticano, as equipes médica e teológica deverão confirmar a autenticidade do milagre atribuído à intercessão do candidato.
Se este milagre é reconhecido como tal se procede à beatificação e se requereria um segundo milagre para alcançar a canonização.