Ao dar razão do veto que o Pleno do Senado aprovou em quarta-feira passada contra o projeto de lei que legalizaria os “matrimônios” homossexuais na Espanha, alguns meios jornalísticos propensos ao Governo socialista e os coletivos homossexuais recorreram a titulares com duvidosas “inexatidões” e juizos de valor.

Enquanto que a generalidade dos meios informativos utilizou termos corretos e objetivos, os titulares de jornais como El País e El Periódico recorreram a conceitos como o de “imposição” ou de atraso inútil”. Do mesmo modo, El Mundo titulou com um julgamento de valor ao afirmar que o Senado votou “testemunhalmente” contra o projeto legislativo.

Na sua capa da quinta-feira, El País anunciou que o “PP, CiU e Par impõem o veto no Senado ao matrimônio gay”, vinculando o veto com um conceito de aparência negativa como o de “imposição”.

De modo semelhante, a capa do Periódico do Cataluña faz um juízo valorativo afirmando em seu titular que a decisão é um “Atraso inútil do Senado à lei de casamentos homossexuais”. No interior da edição, o rotativo catalão insiste em que “O Senado dá um reverso temporário aos casamentos gays com o voto do CiU”.

De estilo similar é o titular do Mundo, que emite um juízo ao  considerar que “O pleno do Senado vota testemunhalmente contra a lei do matrimônio gay”.

A maneira como vários jornais, cadeias radiais e informativos televisivos vinculados ao PSOE têm coberto eventos como a marcha organizada pela Associação de Vítimas do Terrorismo (AVT) contra o diálogo com a banda terrorista ETA, e a histórica manifestação pela família e a infância do sábado 18 em Madri, puseram em tela de juízo a suposta neutralidade e objetividade destes meios.

Assim, na foto da capa do domingo 19 de junho, El País –que estimou a assistência de apenas 188 mil pessoas e não de mais de um milhão, como coincidiram maioritariamente os jornais–, evitou pôr qualquer toma aérea da multidão que lotou o centro de Madri e, em seu lugar, colocou una do Arcebispo de Madri acompanhado de um de seus bispos auxiliares, um menino e quatro jovens.