Centenas de cientistas que respaldam a investigação de células tronco embrionárias se reunem nesses dias em Califórnia para discutir o estado atual do controvertido campo de estudo. Na entrevista admitem que não progrediram muito e estão perdendo milhões ao tratar de aperfeiçoar seus polêmicos experimentos.

Conforme informa LifeNews.com, o Presidente de Celgene, Alan Lewis, declarou a Associated Press (AP) que “muitas das tecnologias que mostramos ao público ainda não dão resultado”.

Por sua parte, James Thomson, o biólogo de Wisconsin que foi o primeiro em isolar células tronco embrionárias, também admite que seus méritos foram exagerados.

Thomson assinalou também que a tecnologia tem ainda um longo caminho por percorrer e admitiu que as células tronco embrionárias ainda não se utilizam em tests clínicos com seres humanos.

"Espero que existam algumas aplicações para esta tecnologia nos transplantes, mas vão ser muito complicadas. Isto foi tão publicitado pela imprensa que a gente acredita que o sucesso se alcançará para já”. Segundo Thomson, as curas que possam provir deste tipo de células, só ocorreriam dentro de “dez ou 20 anos contando a partir de agora”. Adicionou que "algumas empresas começaram a dedicar-se a isto das células tronco mas nenhuma tem feito dinheiro”.

Enquanto isso, Lewis também afirmou que muitos dos investidores que sustentam as investigações “estão sendo muito cuidadosos” quanto ao dinheiro devido ao pouco êxito dos estudos e à falta de projetos a futuro.

Segundo William Haseltine, do Human Genome Sciences, uma corporação dedicada à investigação de células tronco embrionárias, os resultados se verão em 20 ou 30 anos” e sua empresa não está gastando dinheiro em células embrionárias que não foram provadas. Adicionou que “o tempo para as comercializar é tão longo que eu não investiria”. Como resultado, as empresas líderes em investigação de células tronco embrionárias estão perdendo dinheiro.

Geron, empresa de biotecnologia com sede em Califórnia, investiu 100 milhões de dólares e devido ao pouco sucesso das investigações perdeu 80 milhões o ano passado.

Advanced Cell Technology, empresa de Massachusetts que foi primeira em alegar que havia clonado um embrião humano, tem problemas financeiros e, de acordo ao AP, tem mais problemas para obter óvulos para sua investigação.