Álvaro de Juana

Por Álvaro de Juana

Vaticano, 18 de dez de 2017 às 13:00

O Papa Francisco comemorou ontem seus 81 anos, o quinto aniversário desde que foi eleito Pontífice da Igreja Católica. Mas como festejou o seu aniversário?

Francisco não podia faltar o seu compromisso de domingo: a oração do Ângelus da janela do Palácio Apostólico junto com milhares de fiéis na Praça de São Pedro. Entretanto, antes da oração, visitou o Dispensário Santa Marta para saudar as crianças as quais ajudam e comemorou o seu aniversário com elas.

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Portanto, as crianças organizaram uma festa muito especial. Às 10h30 (hora local), o Santo Padre foi para a Sala Paulo VI e permaneceu uma hora com os pequenos e suas famílias. Cantaram, aplaudiram e comeram um grande bolo... que nessa ocasião não era doce, mas uma pizza marguerita de aproximadamente 4 metros, preparada para a ocasião por um pizzaiolo napolitano. Junto com o ‘bolo’ também veio uma pequena casa que representava o dispensário.

O “autor” da pizza foi Vincenzo Staiano, o qual também colocou uma vela que Francisco apagou ante a alegria das crianças.

Também havia 81 bolas coloridas, assim como brincadeiras e danças que o Papa pôde apreciar. Depois que o Pontífice foi embora, pois tinha que rezar o Ângelus, realizaram outras atividades com as crianças. Inclusive estiveram presentes quando alguns artistas do Circo Rony Rolle fizeram o seu espetáculo.

As crianças do Dispensário Pediátrico Santa Marta são provenientes de todo o mundo e estão neste centro que pertence ao Vaticano. A verdadeira organizadora deste aniversário foi a Irmã Antonietta Colacchi, das Filhas da Caridade e responsável pela fundação. Junto com ela, alguns voluntários ajudaram a preparar tudo. No total, são cerca de 50, muitos são médicos, que estão organizados por turnos todos os dias para ajudar as crianças e suas famílias neste centro que está dentro do Vaticano.

O Dispensário ajuda as famílias em dificuldade, que têm filhos – independente da raça ou da religião – e que não possuem assistência na área de saúde italiana e lhes dá acesso público à saúde no país.

A religiosa, Antonietta Colacchi, ofereceu uma calorosa saudação ao Papa: “Nós vemos os outros com o amor que Jesus nos ensinou e abraçamos os nossos irmãos, além das diferenças culturais ou religiosas. Em um mundo obcecado pelas aparências, nós oferecemos a nossa simplicidade, cada vez se torna mais produtiva entre as muitas emergências, entre os diversos pedidos daqueles que batem à nossa porta”.

A Irmã Antonietta também explicou ao Santo Padre o trabalho que realizam: “Somente neste ano assistimos 380 crianças com aproximadamente 3.200 visitas, junto com os seus familiares, com serviços pediátricos, ginecológicos, ultrassom, oftalmologia, alergologia, dermatologia, psicologia, cardiologia, ortopedia, terapia de linguagem, cirurgia, entre outras especialidades”.

“Há mais de 2.000 anos, o Filho de Deus nasceu entre a indiferença dos outros. E ainda hoje, aqueles que passam por necessidade muitas vezes são tratados com indiferença e inclusive incomodam. Nós procuramos olhar nos olhos das pessoas que nos pedem ajuda, tocamos as feridas de nossos irmãos sem medo, tratamos cada um com ternura, respeitando a dignidade de cada ser humano”.

Em seguida, o Papa saudou todos eles: “A alegria das crianças é um tesouro. Devemos fazer de tudo para que eles continuem a ser alegres, porque a alegria é como uma terra boa. Uma alma alegre é como uma terra boa que faz crescer bem a vida, com bons frutos. E por isto se faz festa: se busca sempre a proximidade do Natal para nos reunirmos, para fazer esta festa para eles”.

Dirigindo-se aos voluntários do Dispensário e às famílias das crianças, Francisco disse inicialmente para que a alegria das crianças fosse protegida: “Não entristeçam as crianças. Quando as crianças veem que existem problemas em casa, que os pais brigam, sofrem. Não entristeçam as crianças. Elas devem crescer com alegria”, acrescentou.

O Papa também afirmou que, para que as crianças possam crescer bem, “é necessário que falem com os avós”. “Porque eles têm memória, têm raiz e serão os avós a dar as raízes às crianças”.

“Por favor, que não sejam crianças sem raízes, sem memória de um povo, sem memória da fé, sem memória de tantas coisas que fizeram a história, sem memória de valores”, pediu.

Francisco falou às crianças que alguns avós já não estão presentes, eles morreram, mas “há muitos outros idosos que são como avós” e podem conversar com eles.

O terceiro conselho que deixou: “Que aprendam a rezar, a dizer aquilo que sentem no coração”.

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“Desejo a vocês um lindo dia, com muita festa. E comam 4 metros de pizza: comam bem, que vos fará bem, faz crescer. E, avante! Obrigado! Obrigado!”, despediu-se o Santo Padre.

O Papa teve que ir embora para rezar o Ângelus com milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro. Mas, a festa continuou na Sala Paulo VI, como ele mesmo pediu.

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