Após um acalorado e disputado debate, o pleno do Senado vetou o projeto de lei para equiparar as uniões homossexuais ao matrimônio. Agora, os cidadãos exigem a retirada do projeto legislativo antes de seu retorno ao Congresso dos Deputados assim como a convocatória a um referendum.

A proposta de veto apresentada pelo Partido Popular (PP) e Unió (CiU) foi passada por 131 votos contra 119. Agora, o texto deveria retornar ao Congresso dos Deputados, onde o partido de governo conta com o respaldo majoritário, para sua votação o próximo 30 de junho.

O projeto de lei que também permitiria a adoção de menores por casais do mesmo sexo foi rejeitado por 126 votos do PP, quatro de Unió e um do Partido Aragonés (PAR). Por sua parte, 94 senadores do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), três do Grupo Misto, 15 da Entesa Catalã do Progrès, cinco do Partido Nacionalista Basco (PNV) e duas de Coalizão Canaria rechaçaram o veto interposto à iniciativa governamental. Dois senadores do CiU se abstiveram.

Enquanto se produzia a votação, tanto membros do Foro Espanhol da Família (FEF) como representantes do coletivo homossexual se congregaram às portas do Senado. No interior, deputados do PSOE exibiram bandeiras do arcoiris.

Exigem referendum

Diante do rechaço do projeto de lei no Senado, a plataforma cidadã independente Hazteoir.org exigiu que além de retirar o projeto legislativo antes de sua votação na Câmara Baixa, se convoque a um referendum.

Depois de considerar que “o resultado não é mais que uma amostra patente da quebra que existe em nossa sociedade” sobre este assunto, Hazteoir.org exigiu ao Governo “que atue com sensatez e retire o texto antes de sua votação no Congresso, no dia 30” além da convocatória de um referendum, “para que os espanhóis nos possamos pronunciar sobre esta questão que tanto divide à sociedade e a nossos representantes”.

“Passar esta lei sem consenso seria uma nova amostra da falta de vontade do Executivo de escutar a numerosos setores e de impor seus projetos sem nenhum diálogo com a sociedade. Exigimos a Zapatero a retirada imediata do projeto de lei do Parlamento” assinalou Ignacio Arsuaga, presidente da plataforma que participou ativamente na bem-sucedida manifestação pró família na sábado passado em Madri.

Arsuaga considerou que “a reforma do matrimônio deve receber um especial consenso parlamentário, como o de uma lei orgânica. Com uma regulação específica se teria obtido, como se tem feito no 95% dos países onde se regulam estas uniões. Já que não se tem, ao menos que se submeta a referendum”.