Enquanto Portugal se vê mais uma vez afetada pelos incêndios, a Igreja está se mobilizando para ajudar os afetados e cobra que sejam tomadas medidas para evitar que esses casos se repitam.

Somente neste domingo, de acordo com a imprensa local, foram registrados 523 incêndios no país, deixando até o momento 31 mortos e pelo menos 51 feridos, dos quais 15 estão em estado grave.

“Portugal está a arder! Basta de discursos e boas intenções! É imperioso apurar responsabilidades e agir”, escreveu em seu Twitter o Arcebispo de Braga, Dom Jorge Ortiga.

Por sua vez, o Bispo da Guarda, Dom Manuel Felício, contou ter sentido “na pele o que é estar cercado pelo lume”.

Ao site ‘Renascença’, o Prelado relatou que estava celebrando a Missa pelo encerramento das aparições de Nossa Senhora de Fátima no interior da Igreja Paroquial de Vinhó, quando as chamas avançaram.

“A população se viu muito aflita, era fogo por todo o lado e estes dramas se repetem tanto que temos que ter cabeça para encontrar soluções”.

Para o Bispo, é necessário “um dia de vigilância para garantirmos a sustentabilidade das nossas terras, um dia e uma noite se for preciso”.

“Eu me coloco também a revezar, porque senão fogem as pessoas, desaparece o patrimônio, e estamos absolutamente condenados e temos que fechar a porta”, lamentou.

Além disso, Dom Felício cobrou que sejam tomadas “medidas concretas em torno da proteção e vigilância do patrimônio e das populações”.

Frente a esses novos casos de incêndios que assolam o país, a Cáritas Portuguesa informou que disponibilizará, “dos seus próprios meios financeiros, a verba de 150 mil euros” para ajuda de emergência às populações atingidas.

“Esta importância ficará, desde já, à disposição das Cáritas diocesanas para as necessidades mais urgentes das pessoas e famílias afetadas”, afirma em uma nota na qual expressa solidariedade a todas as vítimas, especialmente “aos familiares daqueles que já perderam a vida nesta tragédia”.

O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, expressou o desejo de que “cesse este tão grande flagelo nacional que já deixou um terrível rasto de morte e destruição com gravíssimas repercussões no imediato e para as gerações futuras”.

Na nota em que demonstra solidariedade também aos bombeiros que trabalham para acabar com as chamas, Fonseca disse esperar ainda “que se unam esforços para que se encontrem caminhos mais seguros em ordem à prevenção eficaz dos fogos florestais, repensando, o mais depressa possível, a estratégia nacional para o efeito e, tendo como única motivação o bem comum”.

“A Cáritas Portuguesa manifesta a sua disponibilidade para ser parte integrante na implementação dessa estratégia”, assegura.

O governo português declarou situação de “calamidade pública” em todos os distritos ao norte do Tejo para ajudar ao combate às chamas.

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