Após a histórica manifestação pela família e o casamento que reuniu neste sábado em Madri mais de um milhão de pessoas, o presidente da plataforma civil HazteOir.org, Ignacio Arsuaga, acusou o Governo e alguns meios de imprensa vinculados ao partido governante de manipular os números e o impacto do evento.

Arsuaga, presidente de uma das principais entidades que convocadoras do evento, classificou de  “insulto” e tentativa de  “manipulação” do número fornecido pela  Delegação do Governo em Madri que estimou em apenas  166 mil os participantes da marcha contra a legalização dos  “matrimônios” homossexuais. A Comunidade de Madri disse que eram 700 mil e o Foro Espanhol da Família (FEF), organizador do evento, deu conta de um milhão e meio de pessoas participantes.

Depois de um relato das agressões recebidas pelo grupo familiar desde Delegação do Governo" –do uso da violência física contra as famílias reunidas em frente ao Congresso dos Deputados em 16 de março passado, até as "travas para que a manifestação do 18-J fosse um fracasso"–, Arsuaga pediu a demissão imediata do Delegado do Governo em Madri, Constantino Méndez, qualificando o de referente do "golpismo informativo". "A mentira tamanho família de Méndez não deve ficar impune", expressou através de um comunicado.

Para a Arsuaga, Mendez "perdeu o sentido da honradez". "Se para a manifestação da AVT (Associação Vítimas do Terrorismo) baixou as cifras a seu desejo até os 250 mil", afirmou, "o que não tem sentido é que nesta ocasião, que fomos quase o dobro, tenha a pouca vergonha de falar de 160 mil".

Manipulação em El País

Em uma tentativa de manipular a realidade, vários jornais e noticiários televisivos combinaram de fornecer muitas imagens de sacerdotes, bispos e religiosas, além de planos curtos com apenas algumas pessoas e pouca multidão.

Em relação à cobertura dos meios partidários do Governo socialista, Arsuaga, considerou que a informação oferecida pela rede de rádio SER e o jornal El País "beira o absurdo".

Na foto da capa da edição dominical do jornal, que estimou a assistência apenas 188 mil pessoas, aparecia o Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio María Rouco, junto com um de seus bispos auxiliares, além de um garoto e quatro jovens com uma bandeira espanhola e outra do vaticano.

Do mesmo modo, a mídia apresentou uma pesquisa do CIS sobre a homossexualidade, segundo a qual 66,2 por cento dos cidadãos acreditam que os casais homossexuais deveriam ter direito a contrair "matrimônio". Entretanto, destacam desde o ForumLibertas.org, nas estatísticas oferecidas, o jornal não consignou estudos como o do Instituto Nacional de Estatística "que assegura que os homossexuais são apenas um por cento da população e que a cifra sobe até 3 se forem incluídos os que declaram ter tido alguma experiência com outra pessoa do mesmo sexo".

As imagens aéreas oferecidas pelo Telemadrid e as fotografias de diferentes meios, "creditam que os manifestantes transbordam completamente o percurso que o periódico utiliza para fazer sua contagem de manifestantes, desmascarando flagrantemente sua mentira", assegurou Arsuaga.

Ao referir-se ao "blecaute informativo" sobre o evento em Televisão Espanhola (TVE), "quase melhor não falar", expressou Arsuaga. "A televisão de todos está cheia de manipuladores profissionais", criticou.