Em um novo livro-entrevista que estará à venda na França no próximo dia 6 de setembro, o Papa Francisco recorda que o aborto é um homicídio e que o matrimônio é uma união formada entre um homem e uma mulher.

Capa do novo livro-entrevista

O Santo Padre fez essas afirmações no livro-entrevista autobiográfico, escrito pelo sociólogo francês Dominique Wolton, intitulado “Papa François: Politique et societé” (Papa Francisco: política e sociedade) depois de ter se reunido em 12 ocasiões com o Santo Padre.

O vaticanista italiano Andrea Tornielli publica no ‘Vatican Insider’ alguns trechos do texto que será lançado nas livrarias em francês.

Sobre a possibilidade que deu a todos os sacerdotes para que perdoem o pecado do aborto, o Pontífice alertou que “isso não significa banalizar o aborto. O aborto é grave, é um pecado grave. É o homicídio de um inocente. Mas, se é pecado, é necessário facilitar o perdão”.

Em relação às uniões homossexuais, o Papa Francisco assinalou que o “‘matrimônio’ é uma palavra histórica. Sempre na humanidade, e não só na Igreja, deve ser entre um homem e uma mulher... Não podemos mudá-lo. Esta é a natureza das coisas. São assim”.

O Santo Padre também pediu: “Não brinquemos com a verdade. É verdade que por trás disso está a ideologia de gênero. Além disso, nos livros as crianças aprendem que podem escolher o seu próprio sexo. Por que o sexo, ser mulher ou homem, seria uma decisão e não um fato da natureza? Isso favorece esse erro. Mas, digamos as coisas como são: o matrimônio é entre um homem e uma mulher. Este é o termo preciso. Chamemos a união entre pessoas do mesmo sexo ‘união civil’”.

O Papa também contou que, há muitos anos, “consultei uma psicanalista judia. Fui à sua casa durante seis meses, uma vez por semana, a fim de esclarecer algumas coisas. Ela era médica e psicanalista e sempre permaneceu em seu lugar. Certo dia, quando estava prestes a morrer, ela ligou para mim. Não para receber os sacramentos, pois era judia, mas para um diálogo espiritual. Era uma pessoa muito boa. Durante seis meses me ajudou muito, quando tinha 42 anos”, em 1978.

No livro, o Pontífice também se refere ao tema dos migrantes e a falta de trabalho: “A primeira coisa que é necessária, como disse nas Nações Unidas, no Conselho da Europa, em todo o mundo, é encontrar fontes para gerar novos empregos, investir. É verdade que a Europa também tem que investir em sua casa. Aqui também há um problema de desemprego. O outro motivo da migração é a guerra”.

Francisco também refletiu sobre a importância das raízes cristãs da Europa: “Acho que foi um erro não citar as ‘raízes cristãs’ no documento da União Europeia sobre a primeira Constituição e isso também foi cometido pelos governos. Foi um erro não perceber a realidade. Isso não significa que a Europa precise ser completamente cristã. Mas é um patrimônio, um patrimônio cultural, que recebemos”, explicou.

O Pontífice também menciona, entre outros temas, a importância da paz frente à guerra e a necessidade de que a moral tenha a sua raiz em Jesus Cristo, assim como do diálogo com o Islã.

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