As Nações Unidas (ONU) no Brasil utiliza informações falsas em seu site sobre uma carta do Vaticano ao brasileiro Toni Reis – em um modelo usado para responder a diversas correspondências –, para indicar que o Papa Francisco teria aprovado a união de homossexuais e os reconhecido como família.

Na reportagem intitulada “’Nos sentimos incluídos’, diz pai gay que recebeu carta do Papa Francisco”, a ONU conta a história de Toni Reis e David Harrad, que batizaram seus três filhos adotivos em abril deste ano, em Curitiba (PR).

Cita ainda que Toni enviou uma carta ao Papa Francisco agradecendo pelo batizado dos três adolescentes e que ele e seu parceiro teriam recebido uma resposta do Pontífice.

Porém, a carta assinada pelo Assessor para os Assuntos Gerais do Vaticano, Mons. Paolo Borgia, se refere apenas a Toni Reis, ao iniciar com “Prezado Senhor”.

“O Santo Padre viu com apreço a sua carta, com a qual lhe exprimia sentimentos de estima e veneração e formulava votos pelos bons frutos espirituais do Seu ministério de Pastor da Igreja Universal”, exprime a missiva, sem se referir ao conteúdo da carta enviada ao Pontífice.

“Ao agradecer, da parte do Sucessor de Pedro, o testemunho de adesão e as palavras de homenagem, posso acrescentar: também o Papa Francisco lhe deseja felicidades, invocando para a sua família a abundância das graças divinas, a fim de viverem constante e fielmente a condição de cristãos, como bons filhos de Deus e da Igreja, ao enviar-lhes uma propiciadora Bênção Apostólica, pedindo que não se esqueçam de rezar por ele”, acrescenta o texto.

A reportagem da ONU que insinua a aprovação do Papa Francisco a uma “família homoafetiva”, apresenta Toni Reis e David Harrad como precursores nos “direitos LGBTI” no Brasil, para, em seguida, afirmar que a entidade presidida por Toni é parceira das Nações Unidas em uma campanha de promoção de direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais.

No entanto, o site das Nações Unidos ignora o esclarecimento dada pela subdiretora da Sala de Imprensa do Vaticano, Paloma García Ovejero, a qual negou que o Pontífice tenha felicitado Toni e David, quando da divulgação da carta em 8 de agosto de agosto.

Na ocasião, Ovejero reiterou em declarações ao Grupo ACI “que a afirmação do senhor Toni Reis de que se trata de uma resposta ao casal é falsa”, pois se dirigia apenas a ele.

A subdiretora da Sala de Imprensa também assinala que, “embora é certo que no corpo da notícia se fazia referência a uma bênção à família do destinatário, se precisa que em português esta expressão tem um sentido genérico e amplo”.

Além disso, a carta é o modelo padrão de resposta de cortesia que o Vaticano envia a todas as pessoas que escrevem ao Papa e, nela “não á nenhum elemento que faça referência ao conteúdo concreto da carta do senhor Reis, exceto o agradecimento do Papa com a expressão da ‘estima e veneração ao Pastor da Igreja Universal’”.

Com efeito, Reis e Harrad não publicaram o texto da carta que eles enviaram ao Papa Francisco e se desconhece se na missiva original eles se apresentaram como casal homossexual. Também a reportagem da ONU não traz informações sobre esta questão.

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