O Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, explorará a possibilidade de uma visita do Papa Francisco à Rússia durante a reunião que terá com o presidente Vladimir Putin, na viagem que realizará a Moscou do dia 20 a 24 de agosto.

Segundo explicou o Secretário de Estado em uma entrevista que será publicada em breve pela revista italiana ‘Famiglia Cristiana’, o objetivo principal do encontro com Putin será “promover a paz no contexto de fortes tensões internacionais” que está vivendo atualmente.

A viagem do Cardeal Parolin também terá uma dimensão ecumênica, terá um encontro com o Patriarca Kirill, autoridade da Igreja Ortodoxa Russa, em 22 de agosto.

O secretário de Estado indicou na entrevista que a sua presença na Rússia buscará destacar a importância da paz, “uma questão prioritária que devemos mencionar não só nos encontros com as principais autoridades civis, mas também nos diálogos com os líderes da Igreja Ortodoxa Russa”. “O papel da comunidade de crentes deve ser relevante”, sublinhou.

Nesse sentido, é necessário destacar o papel desempenhado pela Rússia nos conflitos atuais, como a guerra na Síria ou na Ucrânia, assim como a sua hegemonia política na região do Cáucaso e a sua influência nas potências como o Irã, a China ou a Coreia do Norte, ou a crescente tensão entre a Rússia e os Estados Unidos.

Do mesmo modo, em relação à possibilidade de que o Papa Francisco visite a Rússia, em outra entrevista publicada no último dia 8 de agosto no jornal italiano ‘Corriere della Sera’, o Cardeal Parolin afirmou que “o propósito da minha visita vai além da preparação de uma possível visita do Papa Francisco à Rússia. Entretanto, espero que, com a ajuda de Deus, eu possa oferecer alguma contribuição em relação a este tema”.

Caso a viagem do Pontífice à Rússia seja programada, esta seria um acontecimento histórico, pois seria a primeira vez que o Bispo de Roma visitaria o país, o que até então não acontece principalmente devido a motivos políticos. Também seria um acontecimento de grande transcendência ecumênica quase mil anos depois da separação dos cristãos do Oriente e do Ocidente.

Finalmente, em suas declarações ao jornal italiano, o Cardeal também destacou que a sua presença na Rússia permitirá que “expresse a proximidade espiritual do Papa com a comunidade católica local”.

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