O Arcebispo de Valência (Venezuela), Dom Reinaldo de Prette, condenou o ataque e roubo que cerca de 30 homens, supostamente membros do serviço de inteligência do governo, cometeram contra a residência universitária que dirigem cinco religiosas idosas, as quais ficaram abaladas em seu estado de espírito.

O Prelado denunciou o ataque em uma carta dirigida ao Comissário responsável do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) no estado de Carabobo, José Meléndez.

No texto, Dom del Prette assinalou que as Irmãs Religiosas de Cristo Rei informaram que na segunda-feira 7 às 00h30 “invadiram violenta e rapidamente cerca de 30 homens e uma mulher, supostamente membros desse Corpo de Segurança do Estado, na Residência Universitária ‘Cristo Rey’”, administrada há mais de 50 anos por esta comunidade religiosa.

“Esta ação violenta, sem nenhuma ordem de visita domiciliar emitida por um Tribunal, causou ansiedade, angústia, temor e medo nas cinco religiosas idosas que estavam no local. Até agora continuam abaladas em seu estado de espírito”, denunciou o Prelado em sua carta do dia 8 de agosto e divulgada na quinta-feira na conta de Facebook do Episcopado venezuelano.

Segundo informou a imprensa local, o SEBIN invadiu a residência das religiosas supostamente à procura de armas. A mesma operação foi repetida no Polígono da Associação Carabobenha de Tiro e na fazenda familiar San Luis, no município Libertador, onde prenderam duas pessoas.

O Arcebispo condenou esta invasão, disse que é “um ultraje que não duvido em classificar como torpe e contradiz muito de uma Instituição de Segurança Pública responsável pelo trabalho de inteligência, pois, demonstraram muito pouca inteligência e falta de bom senso na invasão desta residência, onde vivem religiosas idosas”.

Indicou que durante o assalto “esses funcionários confiscaram equipamentos de segurança da residência, como um DVR, um computador que pertence a uma das religiosas, o disco rígido que estava na recepção da residência e um roteador (Wifi)”.

“Espero que tais equipamentos sejam devolvidos imediatamente à residência de onde eles foram retirados”, expressou.

O ataque ocorreu um dia depois que um grupo liderado pelo capitão foragido da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), Juan Caguaripano, entrou no quartel Paramacay e divulgou um vídeo nas redes sociais chamando a ignorar “a tirania assassina de Nicolás Maduro”.

O militar, que em 2014 já tinha tentado realizar um golpe contra Maduro, está foragido desde aquele ano. Na quinta-feira, 10 de agosto, o Tribunal Militar Sexto de Controle de Valencia emitiu um mandado de prisão contra Caguaripano.

O governo classificou esta ação de ataque terrorista e garantiu que prendeu oito supostos membros do grupo, dois morreram e outros dez fugiram. Segundo a imprensa, os homens de Caguaripano pegaram as armas do quartel, entretanto, informou nesta quinta-feira que algumas destas armas foram recuperadas.

Na última quarta-feira à noite, outro grupo de homens, encapuzados e armados que diziam ser “profissionais militares e policiais ativos e aposentados”, divulgou um vídeo nas redes sociais anunciando que se unem à Operação David recuperar Venezuela convocada por Caguaripano.

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