A Santa Sé reiterou ante as Nações Unidas seu apoio à solução de dois estados como meio para alcançar a estabilidade no Oriente Médio entre israelenses e palestinos, cujo processo de paz não pode ser excluído da agenda da comunidade internacional.

A posição do Vaticano foi expressa por Dom Simon Kassas, encarregado de negócios junto à Missão do Observador Permanente da Santa Sé na ONU, no dia 25 de julho durante o debate promovido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e que esteve centralizada na situação do Oriente Médio.

“O representante vaticano recordou que a Santa Sé reitera o seu firme apoio à solução de dois Estados. Foram expressos votos de uma nova ordem geopolítica que contemple o Estado de Israel tendo ao lado o Estado palestino numa moldura de paz e dentro de confins internacionalmente reconhecidos”, informou a Rádio Vaticano.

O Prelado assinalou que para garantir a segurança e prosperidade na perspectiva de uma coexistência pacífica não existe alternativa a um acordo negociado que leve a uma solução reciprocamente concordada.

“O caminho a seguir é o de negociações diretas entre israelitas e palestinos, com o apoio da comunidade internacional. Para que este processo possa ser completado com bom êxito, israelitas e palestinos devem dar passos relevantes a fim de reduzir tensões e violências”, indicou.

Nesse sentido, disse que ambas as partes “devem abster-se de ações, inclusive a de assentamentos, que podem contradizer o compromisso em favor de uma solução negociada”.

O representante vaticano recordou que em 2014, o então presidente de Israel Shimon Peres, e o da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, se encontraram com o Papa Francisco, que os convidou a rezar e promover a cultura do diálogo para que as futuras gerações herdem “uma cultura que saiba delinear estratégias não de morte, mas de vida, não de exclusão, mas de integração”.

O caso de Jerusalém

Em sua intervenção, Dom Kassas disse que não se deve esquecer a questão de Jerusalém, a cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos.

Segundo a Rádio Vaticano, o Prelado assinalou que “o statu quo dos sítios sagrados é uma questão de profunda sensibilidade” e que “a Santa Sé confirma a sua posição em linha com a comunidade internacional e renova o seu apoio por uma solução completa, justa e duradoura concernente à questão da cidade de Jerusalém”.

Finalmente, chamou também a não esquecer as comunidades cristãs que há 2000 anos vivem no Oriente Médio. “A Santa Sé convida a comunidade internacional a não esquecê-las e considera que o estado de direito, incluindo o respeito pela liberdade religiosa, é fundamental para o alcance e manutenção da convivência pacífica”, expressou.

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