Membros de grupos armados ligados ao regime venezuelano dispararam contra várias pessoas que estavam do lado de fora da Igreja do Carmo, em Caracas, participando da consulta popular que aconteceu ontem, o que fez com que centenas de pessoas se refugiassem no templo, onde permaneceram até o Cardeal Jorge Urosa Savino mediar uma saída segura para eles.

A oposição havia convocado para ontem em todo o país uma consulta popular sobre a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro, que será votada em 30 de julho.

Os bispos da Venezuela indicaram que a consulta popular é legítimas e, de fato, várias pessoas participaram.

No dia em que a Igreja celebrou a festa de Nossa Senhora do Carmo, o Cardeal Urosa presidiu uma Missa na Igreja localizada em Catia, em Caracas. O incidente ocorreu depois da celebração.

O pároco da Igreja do Carmo explicou que “tudo estava bem durante o processo de votação. Uma quantidade enorme de pessoas vinha de Catia. Havia uma festa por este fato de poderem se expressar”.

Infelizmente, continuou, e “sob o olhar complacente da Guarda Nacional e da Polícia Nacional, começaram a disparar. Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas”.

Os disparos obrigaram muitas pessoas a entrarem no templo e para garantir a sua saída segura o Arcebispo de Caracas interveio.

“O Cardeal não foi embora até que todas as pessoas saíssem de lá”, indicou o pároco.

“Estes são os abusos finais deste regime”, concluiu o sacerdote.

Aproximadamente às 16h30, disse o Pe. Víctor Salomón, “conversaram pessoalmente com o vice-inspector da Polícia Nacional Bolivariana e mediaram com os membros do grupo, conseguindo realizar uma evacuação segura de todos os fiéis. O Cardeal agradeceu a participação das autoridades”.

Através da sua conta no Twitter, a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) informou que o Cardeal Urosa conseguiu “sair da Igreja do Carmo. Está protegido e fora de perigo”.

Em 15 de julho, o Arcebispo de Caracas e Primaz da Venezuela fez um apelo especial às autoridades para garantir a segurança da consulta popular e que ela fosse realizada com “violência zero”.

Ao concluir a oração do Ângelus ontem no Vaticano, o Papa Francisco afirmou que reza pelo povo da Venezuela.

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