A Comissão Mista formada por especialistas croatas católicos e sérvios ortodoxos criada pelo Papa Francisco para estudar a canonização do Cardeal Alojzije Stepinac concluiu a sua sexta e última reunião, reconhecendo que a canonização é competência exclusiva do Papa.

O Cardeal Alojzije Stepinac morreu mártir em 10 de fevereiro de 1960, depois de ser preso e torturado pelo regime comunista iugoslavo. O Papa São João Paulo II o declarou “beato mártir” em 1998, entretanto, a sua possível canonização levantou algumas suspeitas entre os sérvios ortodoxos.

Portanto, esta Comissão mista tem o objetivo de aprofundar o conhecimento da vida do Cardeal e avançar no processo de canonização com o consenso dos sérvios ortodoxos.

Segundo um comunicado divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, os trabalhos da Comissão também reconheceram que “cada Igreja tem seus próprios critérios para proceder na canonização”. Os membros da Comissão garantiram que os trabalhos permitiram “ilustrar a vida e o ministério de um grande Pastor católico importante em um período especialmente problemático da história”.

Entretanto, apesar dos passos que foram dados, “as interpretações predominantes dadas, respectivamente, pelos croatas católicos e sérvios ortodoxos, continuam sendo divergentes” em relação ao Cardeal Stepinac.

“O estudo da vida do Cardeal Stepinac mostrou que todas as igrejas ao longo da história sofreram cruelmente várias perseguições e têm seus mártires e confessores da fé”.

“Nesse sentido – conclui o comunicado da Sala de Imprensa –, os membros da Comissão se colocaram de acordo sobre a possibilidade de cooperação no futuro, diante de uma obra comum, para compartilhar a memória dos mártires e confessores das duas Igrejas”.

O Cardeal Stepinac nasceu em 1898 em Krasic, na Croácia. Durante a sua juventude, sofreu as consequências da Primeira Guerra Mundial. Com 32 anos, foi ordenado sacerdote em Roma. Quatro anos depois foi consagrado Arcebispo, com direito a sucessão para a cidade de Zagreb.

Na Segunda Guerra Mundial, erguia a voz diante da injustiça, enquanto protegia os perseguidos e necessitados. Depois dessa guerra, sua nação foi forçosamente incorporada à Iugoslávia.

Nesse contexto e com o regime comunista sob as ordens do Marechal Tito, os sacerdotes eram torturados e as escolas católicas, destruídas. Então, o Marechal propôs a Stepinac que se separasse de Roma e formasse a “Igreja Nacional”.

O Prelado se opôs, foi acusado de colaborador nazista, levado a julgamento e condenado a 16 anos de trabalho forçado. Quando estava na prisão, foi nomeado Cardeal pelo Papa Pio XII.

Depois de ser transferido a um campo de concentração, onde sofreu constantes torturas, morreu mártir em 10de fevereiro de 1960.

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