Na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, o Papa Francisco celebrou a Missa na Praça de São Pedro junto com os cinco novos cardeais criados no consistório em 28 de junho, e pediu para não ser “cristãos de salão”, mas verdadeiros discípulos de Jesus.

Por isso, durante a sua homilia comentou sobre 3 palavras que os dois santos viveram: confissão, perseguição e oração. “Pois, de pouco serve conhecer os artigos de fé, se não se confessa Jesus como Senhor da nossa própria vida”, disse no início.

“Perguntemo-nos se somos cristãos de parlatório, que conversamos sobre como andam as coisas na Igreja e no mundo, ou apóstolos em caminho, que confessam Jesus com a vida, porque O têm no coração”, pediu diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro.

O Pontífice explicou que “quem confessa Jesus, sabe que está obrigado não apenas a dar conselhos, mas a dar a vida; sabe que não pode crer de maneira tíbia, mas é chamado a ‘abrasar’ por amor; sabe que, na vida, não pode ‘flutuar’ ou reclinar-se no bem-estar, mas deve arriscar fazendo-se ao largo, apostando dia a dia com o dom de si mesmo”.

Sobre a perseguição, o Papa recordou que “não foram só Pedro e Paulo que deram o sangue por Cristo, mas, nos primeiros tempos, toda a comunidade foi perseguida, como nos recordou o livro dos Atos dos Apóstolos”.

“Também hoje, em várias partes do mundo, por vezes num clima de silêncio – e, não raro, um silêncio cúmplice –, muitos cristãos são marginalizados, caluniados, discriminados, vítimas de violências mesmo mortais, e não raro sem o devido empenho de quem poderia fazer respeitar os seus direitos sagrados”.

Francisco recordou que o cristão é chamado a “suportar o mal, não é só ter paciência e prosseguir com resignação; suportar é imitar Jesus: é carregar o peso, levá-lo aos ombros por amor d’Ele e dos outros”.

“É aceitar a cruz, prosseguindo confiadamente porque não estamos sozinhos: o Senhor crucificado e ressuscitado está conosco”.

Sobre São Paulo, comentou que o “seu bom combate foi viver para: não para si próprio, mas para Jesus e para os outros. Viveu ‘correndo’, ou seja, sem se poupar, antes pelo contrário consumando-se. Há uma coisa que ele diz que conservou: não a saúde, mas a fé, isto é, a confissão de Cristo”.

“Por amor d’Ele viveu as provações, as humilhações e os sofrimentos, que nunca se devem procurar, mas aceitar. E assim, no mistério do sofrimento oferecido por amor, neste mistério que muitos irmãos perseguidos, pobres e doentes encarnam também hoje, resplandece a força salvífica da cruz de Jesus”.

Em relação à oração, disse que é a água indispensável que alimenta a esperança e faz crescer a confiança. “A oração faz-nos sentir amados, e permite-nos amar. Faz-nos avançar nos momentos escuros, porque acende a luz de Deus. Na Igreja, é a oração que nos sustenta a todos e nos faz superar as provações”.

Deste modo, “uma Igreja que ora, é guardada pelo Senhor e caminha na companhia d’Ele. Orar é entregar-lhe o caminho, para que o tome ao seu cuidado. A oração é a força que nos une e sustenta, o remédio contra o isolamento e a autossuficiência que levam à morte espiritual. Com efeito, o Espírito de vida não sopra, se não se reza; e, sem a oração, não se abrem as prisões interiores que nos mantêm prisioneiros”.

“Como é urgente haver, na Igreja, mestres de oração, mas antes de tudo homens e mulheres de oração, que vivem a oração!”, indicou.

Na celebração, o Papa abençoou os pálios para os Arcebispos Metropolitanos nomeados durante o ano e que serão impostos em suas dioceses respectivas.

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