O Papa Francisco está envolvido na resolução do conflito no Sudão do Sul, país africano que sofre uma cruel guerra civil desde 2013, e no desenvolvimento e bem-estar dos seus cidadãos, através do projeto “O Papa pelo Sudão do Sul”.

Em uma coletiva de imprensa no Vaticano, o Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson, explicou como é este projeto.

Em primeiro lugar, o Cardeal recordou que no Sudão do Sul, “longe dos noticiários, há uma guerra que continua causando vítimas. A morte e o desespero afligem a população. O conflito, que começou em 2013, provocou uma grave crise humanitária que afeta mais da metade da população, cerca de 7 milhões e 300 mil pessoas, que passam fome todos os dias”.

O prefeito também se referiu ao alto risco de que no Sudão do Sul haja uma epidemia de cólera sem precedentes e os milhões de refugiados que tiveram que abandonar as suas casas devido à guerra.

“Neste país ocorrem massacres e atrocidades de forma sistemática e generalizada contra a população civil por razões étnicas”, denunciou. “Mulheres e crianças são vítimas diárias da violência e do abuso”.

Por isso, assinalou que o Papa Francisco “sente a necessidade urgente de sensibilizar a comunidade internacional sobre este drama silencioso, pedindo maiores e novos esforços para chegar a uma solução pacífica do conflito”.

Além disso, recordou que “o Papa reiterou em várias ocasiões o seu desejo de ir pessoalmente ao Sudão do Sul, apesar desta situação dolorosa, para promover a paz com a sua presença, para ser uma chave do processo de paz, para dar voz ao grito desesperado de uma Igreja que quer dizer ‘chega de armas, chega de violência, chega de morte!’”.

Portanto, levando em consideração que o Papa não poderá ir ao Sudão do Sul, “quer que a Igreja tenha uma presença e proximidade tangível com as pessoas afetadas pela guerra através da iniciativa ‘O Papa pelo Sudão do Sul’”.

“Trata-se de uma iniciativa que busca fortalecer, sustentar e impulsionar o trabalho das diferentes congregações religiosas e organismos de ajuda internacional presentes no território e que se esforçam incansavelmente em socorrer a população e promover o processo de desenvolvimento e de paz”.

Concretamente, através desta iniciativa serão promovidos “dois projetos na área da saúde, dois hospitais administrados pelas Irmãs Missionárias Combonianas que trabalham no Sudão do Sul”.

Também será promovido “um projeto na área da educação através da associação Solidariedade com o Sudão do Sul, cujo objetivo é formar uma bolsa de estudo de dois anos para os estudantes que desejam ter o diploma do ensino fundamental”.

Além disso, “na área da agricultura, um projeto executado pela Caritas Internationalis, que envolve 2.500 famílias nas dioceses de Yei, Tombura-Yambio e Torit, através de instrumentos que promovam a agricultura e a pecuária, por meio da capacidade das comunidades locais para autossustentar”.

O Cardeal Turkson concluiu destacando que o Papa Francisco “não se esquece das vítimas silenciosas deste conflito sangrento e desumano, não se esquece de todas as pessoas que foram obrigadas a deixar o seu país devido à corrupção, a injustiça e a guerra”.

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