O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino afirmou que o governo de Nicolás Maduro perdeu apoio popular e o exortou a desistir da sua intenção de implantar um sistema totalitário, comunista e militarista na Venezuela.

Ontem, dois dias antes do encontro dos bispos venezuelanos com o Papa Francisco, o Arcebispo assinalou que “o governo perdeu o apoio popular e o governo deve desistir desse desejo de estabelecer um sistema totalitário, comunista, materialista e militarista na Venezuela”.

“Isto não é o que o povo venezuelano quer: é um sistema contrário aos interesses de todos, mas especialmente dos mais pobres”, expressou a Rádio Vaticano.

Sobre o encontro que terão no dia 8 de junho, no Vaticano, assinalou: “Queremos encontrar o Pontífice, que demonstrou um grande interesse, uma grande preocupação, um grande amor pela Venezuela nesta situação difícil, de crise humanitária, econômica, social e política, como também disse o Santo Padre".

Também desejam “escutar os seus conselhos para um trabalho eclesial mais eficaz em meio a essa terrível situação que estamos vivendo”, acrescentou.

Durante a entrevista, perguntaram ao Cardeal qual é a situação atual das relações entre a Igreja e o Estado.

O Arcebispo assinalou que “o governo quer apresentar o Papa como um amigo do governo e nós (os bispos) como opositores do governo”. O Cardeal Urosa sublinhou que “em vez disso, estamos muito unidos com o povo venezuelano que está sofrendo muito, estamos muito unidos ao Santo Padre e queremos rechaçar essa manipulação que o governo quis fazer”.

O Purpurado recordou que, em sua carta em 2 de dezembro do ano passado, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, assinalou que “o caminho para sair desta situação política” é a abertura de um canal humanitário, a libertação dos presos políticos e um calendário eleitoral. “O governo deve entender que estas são as coisas que devem ser feitas para resolver a crise política”, afirmou.

Nesse sentido, expressou o desejo dos bispos de que o encontro com o Papa ajude a convencer o governo da necessidade de ajuda humanitária.

“Esperamos que o governo compreenda que este problema precisa ser resolvido. Há pessoas que comem lixo nas ruas, pessoas morrendo, crianças desnutridas, não há remédios nos hospitais. Esta situação exige uma resposta imediata e isso é que o governo deve compreender e fazer”, afirmou.

O Cardeal Urosa também se referiu ao papel da comunidade internacional, à qual pediu compreender que cada dia a situação no país é “mais crítica, mais violenta, onde as pessoas morrem de fome”.

“Deve fazer o governo compreender que precisa resolver estes problemas e, caso contrário, o governo tem que renunciar e convocar eleições para ter um novo presidente”, assinalou.

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