Neste dia 5 de junho, a Igreja recorda São Bonifácio, cujo nome significa “benfeitor” e é chamado o “apóstolo dos Germanos” por ter evangelizado sistematicamente as grandes regiões centrais, fundado e organizado igrejas e criado uma hierarquia sob a jurisdição direta da Santa Sé.

São Bonifácio, cujo nome de batismo era Winfrido, nasceu no ano 680 em Wessex, na Inglaterra. Mudou-se muito jovem para a abadia de Nursling, na Diocese de Winchester. Ali escreveu a primeira gramática latina.

Aos 30 anos, recebeu a ordenação sacerdotal e decidiu dedicar-se ao apostolado no meio dos pagãos no continente. Sua primeira experiência foi em 716, quando seguiu com alguns companheiros para a Frísia (atual Holanda). Mas, sem êxitos, retornou para sua terra.

Entretanto, não desanimou, dois anos depois, foi a Roma para fazer com o Papa Gregório II, que o acolheu e, conforme recordou o Papa Emérito Bento XVI em uma catequese de 2009, “enfim, depois de lhe ter imposto o novo nome de Bonifácio, confiou-lhe com cartas oficiais a missão de pregar o Evangelho no meio dos povos da Germânia”.

O santo se comprometeu em pregar o Evangelho naquela região, partiu imediatamente, cruzou os Alpes, atravessou a Baviera e chegou a Hesse.

Em pouco tempo, pôde enviar à Santa Sé um relatório tão satisfatório que o Papa o convocou a Roma para lhe confiar o bispado. No dia de Santo André do ano 722, foi ordenado bispo regional para toda a Germânia.

Bonifácio regressou a Hesse e, como primeira medida, propôs-se a arrancar pela raiz as superstições pagãs que eram o principal obstáculo para a evangelização.

Em 731, o Papa Gregório III, sucessor de Gregório II, mandou a nomeação de arcebispo de todas as tribos germânicas, com autoridade para criar bispados onde achasse conveniente.

Em sua terceira viagem a Roma, foi nomeado também delegado da Sé Apostólica. São Bonifácio e seu discípulo São Sturmi fundaram no ano de 741 o mosteiro de Fulda, que com o tempo se tornou o Monte Cassino da Alemanha.

Mais tarde, em 5 de junho de 754, quando o santo se dispunha a realizar uma Crisma em massa, na véspera de Pentecostes, apareceu uma horda de pagãos hostis que atacou o grupo brutalmente com lanças e espadas.

“Deus salvará nossas almas”, escutou-se Bonifácio gritar, que tomou o evangeliário como escudo. Mas, um golpe de espada partiu o livro e atingiu a cabeça do santo.

“Uma primeira evidência impõe-se a quem se aproxima de Bonifácio: a centralidade da Palavra de Deus, vivida e interpretada na fé da Igreja, Palavra que ele viveu, pregou e testemunhou até ao dom supremo de si no martírio. Vivia tão apaixonado pela Palavra de Deus, que sentia a urgência e o dever de a levar ao próximo, mesmo com o risco da sua própria pessoa”, disse Bento XVI sobre o santo que difundiu o cristianismo em sua terra natal.

O corpo de São Bonifácio foi levado para o mosteiro de Fulda, onde ainda repousa.

Confira também: