A Pastoral da Criança brasileira e a Rede Solidária argentina aproveitaram a partida clássica de futebol entre as seleções de ambos os países em Buenos Aires para lançar uma campanha de conscientização sobre a fome na região.

Antes do início do jogo, nesta última quarta-feira,  a argentina Rede Solidária e a brasileira Pastoral da Criança chamaram a atenção para um fenômeno que afeta milhões de crianças em todo o continente.

Em entrevista à agência EFE, Juan Carr, fundador e presidente de Rede Solidária explicou que "a idéia, a princípio, é que as pessoas tomem consciência de um fenômeno como a fome, que se caracteriza por sua invisibilidade, através de um esporte que representa uma grande publicidade".

Carr disse que ambas as associações se aproximaram pela primeira vez em agosto passado, em São Paulo, para trocar informações, e que então surgiu a idéia de lançar a iniciativa nesta nova edição do clássico sul-americano de futebol, válido para as eliminatórias do Mundial de 2006 na Alemanha.

No estádio Monumental de Buenos Aires, palco da partida, a Rede Solidária e Pastoral da Criaça penduraram cartazes em português e espanhol com a frase "Unidos pela paz e juntos na luta contra a fome".

As duas organizações trabalham para unir à iniciativa instituições do México e de outros países latino-americanos. O argentino diz ainda que o próximo objetivo será organizar no fim do ano um congresso que reúna as entidades que lutam contra a fome e a pobreza no continente americano.

"A idéia final é que o continente dê prioridade ao combate à fome e que possamos elaborar uma estratégia para fazer frenta a esse flagelo. Há muitas pessoas e instituições que lutam contra este fenômeno isoladamete, e seria bom que nos uníssemos", destacou.

A Rede Solidária, que entre outras atividades se encarrega de ligar pessoas necessitadas e instituições e particulares que possam ajudá-las, colabora com mais de 300 centros do país que combatem à fome.

Por sua vez, a Pastoral da Criança trabalha com cerca de 153.000 voluntários em todos os estados do Brasil, onde atende a mais de 1,6 milhão de crianças com problemas de nutrição e a 77.000 mulheres grávidas.