O Diretor de Cáritas Bolívia, Roberto Barja, informou que se ativou um plano de emergência para enviar mantimentos e remédios às pessoas que mais padecem a escassez destes produtos, devido ao bloqueio de estradas e as cidades sitiadas.

“Infelizmente o panorama imediato que pode apresentar-se no país é de extrema gravidade”, assinalou Barja. Acrescentou que Cáritas Bolívia se encontra “em estado de emergência para planejar ações de assistência humanitária imediatamente posteriores aos acontecimentos que possam produzir-se”.

Indicou que para isso se criaram as Comissões de Emergência que ajudarão a prover mantimentos, medicamentos, insumos médicos e energia “aos setores mais vulneráveis de El Alto e La Paz”. Adicionou que tem se aberto escritórios no centro da cidade e perto dos lugares de maior afluência, como são as praças Murillo, São Francisco e Pérez Velasco.

Depois de chamar os bolivianos à solidariedade, o Diretor de Cáritas Bolívia informou que se está contatando com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) para, através de um trabalho conjunto, obter uma melhor distribuição de mantimentos básicos para os grupos sociais mais afetados como as crianças, anciões, doentes e mulheres de El Alto.

Do mesmo modo, Cáritas Espanha respondeu ao pedido de ajuda e está em constante comunicação com sua homóloga andina por meio de seu cooperador Carmelo Crespo.

Continuam os protestos

A pesar da nomeação do Eduardo Rodríguez, Ex-presidente da Corte Suprema, como sucessor do renunciante Carlos Mesa, os dirigentes da Federação de Juntas de Vizinhos do El Alto e da Central Operária Regional indicaram que as marchas e bloqueios de estradas continuarão até que o novo presidente decida nacionalizar os hidrocarbonetos.

Por sua parte, Rodríguez anunciou ontem à noite que convocará eleições antecipadas e procurará o diálogo com quem lidera as mobilizações e com os representantes das províncias que, encabeçadas por Santa Cruz da Serra, querem uma maior autonomia.

“Um dos meus deveres será chamar um processo eleitoral para transformar a representação das pessoas”, afirmou.