O Secretário Geral da Conferência Episcopal Mexicana, Dom Carlos Aguiar Retes, considerou que os resultados de uma recente pesquisa sobre a “separação Igreja-estado”, não correspondem às perguntas que se fizeram nem ao catolicismo dos mexicanos.

A empresa Ipsos realizou nos últimos dias uma pesquisa para a agência Associated Press segundo a qual 77 por cento dos mexicanos considera que a religião não deve influir na vida social, mas 86 por cento acredita que a religião é muito importante em sua própria vida. Os resultados foram apresentados como um rotundo sim à separação Igreja-estado.

Entretanto, o Bispo advertiu que conforme “o publicado da pesquisa”, não se fez uma pergunta explícita sobre a separação Igreja-estado mas sim interpretaram como aval da separação Igreja Estado, “a resposta de se é importante o papel da religião na vida, e sobre a influência que então lhe concedesse ou não a suas líderes religiosos de participar nas decisões sociais”.

“Fica sem uma grande claridade esta interpretação. Acredito que a maioria dos católicos, inclusive nós os líderes religiosos da Igreja Católica, consideramos que é adequada a separação para lhe dar a autonomia própria às Igrejas e ao estado, mas isso não significa que essa separação seja nem briga, nem conflito, nem simplesmente, por meio da ignorância ou da marginalização, fazer-se a um lado da responsabilidade social, que tanto as Igrejas têm como a tem também o mesmo estado”, explicou.

Neste sentido, considerou que a separação Igreja-estado é necessária para “organizar a convivência social de um país, com uma clara autonomia”, mas “é indispensável a colaboração e a complementação do que contribui a fé nas pessoas e na comunidade para que o estado funcione melhor”.

Para o Bispo, “o primeiro que temos que observar desta pesquisa, é que efetivamente o México segue sendo um país muito religioso, é muito claro que esta maneira de perceber a religiosidade do povo do México está muito identificada com o catolicismo”.