No último sábado, o Papa Francisco pronunciou palavras duras contra o fato de chamar de “mãe de todas as bombas” a mais poderosa arma de destruição em massa não nuclear dos Estados Unidos, que foi utilizada em 13 de abril no Afeganistão.

O Santo Padre se referiu à bomba americana GBU-43 /B durante o seu encontro com jovens estudantes italianos da Coordenação de Entidades Locais para a paz e os direitos humanos.

“O mundo está em guerra. Digam a palavra vocês, que são a escola da paz: digam ‘O mundo está em guerra’. Que se este bombardeia aí, ‘mas não, é um hospital, uma escola, há doentes, crianças!’ – ‘Ah, não importa!’, e lá vai a bomba”, denunciou o Papa.

“Fiquei envergonhado com o nome de uma bomba: ‘A mãe de todas as bombas’. Olhem, a mãe dá vida! E esta dá morte! E dizemos ‘mãe’ a este aparelho? O que está acontecendo?”, perguntou o Papa, que exortou os jovens a “enfrentar e vencer sem medo a cultura da destruição com a força da mansidão”.

O Pontífice fez esta crítica pouco mais de duas semanas antes de receber no Vaticano o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esta será a primeira viagem do mandatário ao exterior e o seu primeiro encontro com Francisco.

A GBU-43/B, com 11 toneladas de explosivos, foi usada pela primeira vez em 13 de abril contra um reduto do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS), na região leste do Afeganistão, provocando a morte de 36 jihadistas. Trump chamou a operação de “novo sucesso”.

Entretanto, isso provocou uma nova escalada nos discursos bélicos a nível internacional.

No dia seguinte, o governo da Rússia afirmou ter uma arma nuclear mais poderosa do que a dos Estados Unidos, com 44 toneladas de explosivos, que rapidamente foi chamada “o pai de todas as bombas”. Esta foi desenvolvida em 2000 e testada em 2007. “Tudo o que está vivo é simplesmente vaporizado”, disse naquela ocasião Alexander Rukshin, chefe adjunto do exército russo.

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