No domingo, 7 de maio, um grupo de fiéis venezuelanos se reuniu na Praça de São Pedro para rezar pela paz no país sul-americano e recordar os falecidos nas diversas manifestações contra o governo de Nicolás Maduro desde 2014.

“Durante a Oração do Regina Coeli, dezenas de venezuelanos pediram pela paz e protestaram contra a violência que afeta a Venezuela”, informou na sua conta do Twitter o correspondente do Grupo ACI no Vaticano, Álvaro de Juana.

Os fiéis chegaram à Praça de São Pedro com grandes cruzes pretas onde aparecem pintadas a bandeira da Venezuela e os nomes de algumas vítimas da violência que atinge o país.

Entre estes nomes estava o de Luis Enrique Márquez, que morreu no dia 25 de abril depois de ser gravemente ferido durante um dos protestos do dia anterior contra o governo de Nicolás Maduro.

Márquez trabalhava na Universidade de Los Andes e era líder do Sindicatos dos Trabalhadores da ULA (Soula). Foi baleado depois da chegada dos ‘motorizados’ – como são conhecidos os grupos armados do regime – em Mérida.

O jornal ‘El Nacional’ disse que a vítima foi baleada perto do condomínio El Viaduto, onde os motorizados invadiram e queimaram vários veículos.

Em outra cruz escreveram o nome de Carlos Moreno, jovem de apenas 17 anos que morreu durante as manifestações do dia 19 de abril em Caracas. A imprensa informou que ele faleceu depois de ser baleado na cabeça pelos grupos chavistas. Nesse dia houve protestos em todo o país.

Os fiéis também recordaram Ramón Martínez, de 29 anos, proprietário de uma padaria em Caracas. O jovem foi assassinado com uma arma quando tentou proteger o seu estabelecimento do roubo que aconteceu na região leste da capital, na madrugada da sexta-feira, 21 de abril.

Além disso, outra cruz recordou uma das vítimas mais emblemáticas dos protestos: Génesis Carmona, de 22 anos, Miss Turismo do estado venezuelano de Carabobo. Ela participou nas manifestações contra o governo em fevereiro de 2014.

Em 18 de fevereiro do mesmo ano, Génesis foi gravemente ferida durante o protesto em Valência, quando dispararam contra a manifestação pacífica. A jovem foi levada em uma moto à Clínica Guerra Méndez e internada no CTI. Entretanto, morreu no dia seguinte.

Por sua parte, Lilian Tintori, esposa do preso político Leopoldo López, detento desde 2014, informou em sua conta de Twitter que se reuniu em 5 de maio com o Núncio Apostólico, Dom Aldo Giordano, com quem conversou “sobre a grave situação na Venezuela”.

Tintori denunciou que naquela ocasião estava um mês sem ter notícias sobre seu marido. Neste domingo, a opositora conseguiu entrar na prisão militar Ramo Verde, onde está López.

Na última sexta-feira, o Papa Francisco enviou uma carta aos bispos venezuelanos para expressar a sua preocupação pela crise no país e a sua solidariedade pelos ataques que receberam nos últimos dias.

O Pontífice agradeceu por permanecer perto do rebanho que lhes confiaram e pediu para não deixarem “que os amados filhos da Venezuela se deixem vencer pela desconfiança e pelo desespero, porque estes são os males que penetram o coração das pessoas quando estão sem perspectivas para o futuro”.

Desde que os protestos começaram novamente no início de abril, morreram cerca de 36 pessoas e 700 ficaram feridas. Neste domingo, um grupo de artistas, entre eles vários jovens, se reuniu em Altamira, Caracas, para homenagear os falecidos durante protestos pacíficos.

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