Um concurso internacional para reconstruir a Basílica de São Bento é uma das propostas anunciadas pelo Arcebispo de Spoleto-Norcia (Itália), Dom Renato Boccardo, para levantar esta região devastada por dois terremotos no ano passado.

Em declarações à agência italiana SIR, o Prelado se referiu às iniciativas para reconstruir a basílica dedicada ao Padroeiro da Europa e proteger as obras religiosas das igrejas da região, atingidas pelos terremotos de 24 de agosto e 30 de outubro de 2016.

Sobre a reconstrução da igreja de São Bento, ícone do terremoto de 30 de outubro, o Bispo assinalou que a ideia é “um concurso internacional aberto a todos, também aos grandes nomes da arquitetura, para um projeto que junte os pedaços que permanecem da igreja, a fachada, a abside, a base da torre do sino, unindo-os a uma nova sala litúrgica que guarde a memória do passado, abra-se ao presente e ao futuro, valorizando os restos do terremoto que são cicatrizes que não podemos apagar”.

Dom Boccardo também assinalou que após o terremoto, que destruiu diversas casas, os moradores de Núrsia se reuniram em torno às igrejas, “atualmente quase todas inabitáveis, com a esperança de vê-las reconstruídas”.

Deste modo, explicou que todos os trabalhos artísticos e paramentos sagrados preservados nessas igrejas foram levados para a segurança de um depósito de bens culturais na entrada de Spoleto.

Nesse sentido, uma das propostas é levantar “um lugar da memória” nos restos da igreja de San Salvador, em Preci, onde cuidem de “todas estas obras de arte, peças da história e da vida das populações locais”.

“Os vínculos das pessoas com as suas igrejas é forte”, afirmou Dom Boccardo e recordou também “as lágrimas dos fiéis de Ancarano quando os bombeiros removeram os sinos da sua igreja para protegê-la”.

“Seria lindo que todas essas peças, antes de voltar às suas igrejas de origem, pudessem ser reunidas em um só lugar e estivessem visíveis para a população, peregrinos e turistas que poderiam conhecer a história desses lugares e das comunidades que vivem lá”, acrescentou.

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