Durante a oração do Ângelus, ao final da Missa na Piazza Matiri da cidade italiana de Carpi, o Papa Francisco lamentou a situação de violência na República Democrática do Congo e pediu o fim desse sangrento conflito.

“Continuam chegando notícias não boas de sangrentos confrontos armados na região de Kasai, na República Democrática do Congo, confrontos que estão causando mortes e deslocamentos e que atingem também pessoas e propriedades da Igreja: igrejas, hospitais, escolas...”, lamentou o Santo Padre.

“Asseguro a minha proximidade a esta nação e exorto todos a rezar pela paz para que os corações dos artífices de tais crimes não permaneçam escravos do ódio e da violência, o ódio e a violência sempre destroem”, assinalou.

A região de Kasai é uma área central da República Democrática do Congo, onde, nos últimos meses, intensificaram-se os atos de violência depois que, em agosto do ano passado, as forças de segurança abateram o líder da milícia Kamuina Naspu.

Desde então, segundo informa a ONU, morreram mais de 400 pessoas vítimas da violência e mais de 200 mil fugiram de seus lares.

Na semana passada, cerca de 30 policiais morrerem em uma emboscada. Além disso, apareceram mortos dois enviados da ONU e seu intérprete.

A República Democrática do Congo se encontra em uma guerra civil porque se presidente Joseph Kabila se recusa a abandonar o poder. Seu mandato, terminado no final de 2016, foi prorrogado com o argumento de que os problemas econômicos e de segurança do país impediam a realização de novas eleições.

Neste domingo, o Papa Francisco esteve em visita à cidade de Carpi. Na Missa celebrada na Piazza Martiri, em frente à Catedral, convidou a sair dos sepulcros da tristeza e da desesperança para tomar o caminho do Senhor, “que é a ressurreição e a vida”.

Em seu comentaria ao Evangelho do dia, sobre a ressurreição de Lázaro, o Pontífice indicou que “é estranho, mas seguidamente preferimos estar sozinhos nas grutas obscuras que temos dentro, antes que convidar Jesus para estar lá; somos tentados em buscar sempre nós mesmos, remoendo e nos afundando na angústia, lambendo as chagas, antes que ir até Ele”.

O Santo Padre pediu que “não deixemo-nos aprisionar pelas tentações de permanecer sozinhos e desconfiados, chorando por aquilo que nos acontece; não cedamos à lógica inútil e inconclusiva do medo, do repetir resignado de que vai tudo mal”.        

Nesse sentido, pediu que se imite Jesus, pois, “em meio à desolação geral pela morte de Lázaro, Jesus não se deixa tomar pelo desconforto”.

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