Mais de 40 mil pessoas em Tucumán (Argentina) comemoraram o Dia Internacional da Criança por Nascer, que foi marcado por um ato de desagravo depois da paródia do “aborto” da Virgem Maria realizada há alguns dias.

Além de recordar que todos têm o direito à vida desde a concepção até a morte natural, no sábado, 25 de março, os participantes rechaçaram o agravo realizado no dia 8 deste mês perto da Catedral de Tucumán.

Naquele dia, um grupo de feministas representou uma paródia grotesca do “aborto” da Virgem Maria, usando uma grande quantidade de tinta vermelha que representava o sangramento.

A marcha “Caminhando com Maria”, no sábado, que também coincidiu com a Festa da Anunciação, começou na Praça Urquiza e foi até a Praça Independência, em frente à Catedral de Nossa Senhora da Encarnação.

“Gostaria de dizer a esta jovem que fez esta representação horrível da Virgem que ela nos fez um grande favor. Porque uniu muito mais os católicos! Com a nossa Mãe ninguém se mete!”, disse Micaela Corbalán, de 20 anos, ao Diário la Gaceta.

“Eu vim para agradecer à Virgem e aos meus pais por me terem. Já tinham muitos filhos, mesmo assim eles não se livraram de mim”, disse ao mesmo meio Cecilia Correa, outra participante da marcha.

Molhados da cabeça aos pés devido à chuva forte, os fiéis caminharam com a imagem peregrina de Nossa Senhora das Mercedes e, em frente à Catedral, celebraram uma Missa e um ato de desagravo presidido pelo Arcebispo de Tucumán, Dom Alfredo Zecca.

“Eu havia preparado uma homilia que não vou ler, porque não quero que vocês se molhem mais. Mas quero que saibam que me emociona ver um povo tão fiel como o de Tucumán”, disse Dom Zecca.

“Nós caminhamos junto com Maria, nossa Mãe. Peçamos-lhe que nos ajude a compreender que o aborto é sempre um crime abominável. Não há nenhuma razão que o justifique”, afirmou o Arcebispo em sua homilia publicada no site da Arquidiocese.

Sobre a profanação da Virgem Maria em frente à catedral no Dia da Mulher, o Prelado disse que “foi uma ofensa grave à Santíssima Virgem, em primeiro lugar, mas também à fé, à Igreja e aos habitantes de Tucumán, que em sua maioria reconhecem Maria como a sua mãe”.

“Os fiéis cristãos têm todo o direito de exigir uma reparação”, continuou o Arcebispo, mas “não deve ser um sentimento de ressentimento ou de violência, muito pelo contrário, a expressão de um amor que não discrimina ninguém, mas que está generosamente aberto a todos”.

Dom Zecca pediu a intercessão da Virgem Maria e consagrou o povo tucumano “à sua proteção materna, que nos dá a certeza de um refúgio para nossas dores e de um coração aberto para partilhar as nossas alegrias”.

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