O fundador da Comunidade Católica Família em Missão, Paulo Monteiro Amorim, foi preso no dia 8 de março, em Fortaleza (CE), suspeito de cometer estupro contra ao menos cinco jovens, duas das quais foram vítimas quando tinham 12 anos.

Segundo explicou o responsável pela investigação, delegado Dionísio Amaral, Paulo e a esposa convidavam as jovens para dormir em sua casa e as estimulavam a usar trajes íntimos, como pijamas. “Elas tratavam o casal como pais. Com isso, ele estabeleceu uma liderança muito forte sobre as jovens, o que facilitou os abusos”, declarou.

O delegado informou ter “relatos de pelo menos cinco vítimas, que teriam sofrido crime de estupro na modalidade de ato libidinoso, diferente da conjunção carnal, com a facilitação através de medicações que ele ministraria para essas vítimas”. Tais remédios eram dados às vítimas durante a noite, com a alegação de que elas estariam com tosses.

“Nesse momento de transe, elas tinham instantes de percepção e viam o que acontecia. Algumas se observaram anestesiadas com o medicamento. Chegaram a ser vítimas mais de uma vez. E só assim percebiam o que havia acontecido”.

O delegado Dionísio disse ter relatos de jovens que sofriam abusos desde os 12 anos, mas não denunciavam por medo.

Além disso, observou que “a ascensão do casal pela condição espiritual” é “muito forte”, Paulo Amorim “exercia forte persuasão na comunidade e era um líder muito respeitado pelos demais”.

Dessa forma, “muitas jovens ficaram constrangidas em denunciar”. Mas, ao conversar, muitas jovens perceberam como as histórias eram parecidas e, a partir de então, decidiram denunciá-lo.

Os investigadores trabalhavam no caso há cerca de duas semanas e a prisão preventiva de Amorim foi expedida pela 12ª Vara Criminal de Fortaleza. Na casa dele, foram apreendidas peças íntimas das vítimas, além do computador.

Confira também: