Um Bispo da Índia pediu para todos os fiéis oferecerem o seu jejum e oração desta Quaresma para consolar a sua Diocese que sofre pelos traumas causados pela perseguição mais violenta contra os cristãos que ocorre no país.

O Arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar, Dom John Barwa, recordou à agência vaticana Fides, a agonia, o sofrimento, a dor e os traumas psicológicos que ainda tocam o povo cristão no distrito de Kandhamal, há 9 anos da violência de massa contra os cristãos”.

O distrito, localizado no estado de Orissa, na Índia central, foi o epicentro da onda de perseguição que atingiu em 2008 a comunidade cristã local. Nesta região, muitos cristãos são conversos casta dalit, conhecida como “os intocáveis”. Esta casta é uma das mais baixas da sociedade indiana e os seus membros só podem realizar trabalhos marginais e são frequentemente vítimas de agressões físicas.

Extremistas hindus, cuja intenção era realizar uma “limpeza étnica”, causaram o êxodo de 50 mil pessoas e a morte de uma centena. Eles queimaram aproximadamente 6.000 casas de cristãos e 300 igrejas.

Kanaka Rekha Nayak, viúva cujo marido foi queimado vivo no momento da violência, disse à Fides que os cristãos em Orissa rezam pelos seus irmãos perseguidos no mundo e que “a oração constante pode me dar uma grande força de prosseguir minha vida”.

Dom Barwa indicou que, “durante a Quaresma, a Igreja Católica vive um período de renovação espiritual, um tempo para se preparar a celebrar a ressurreição de Cristo”.

“A Quaresma é um período em que os cristãos observam o jejum, o arrependimento, a moderação e a disciplina espiritual. O objetivo é aproximar o coração a Jesus e refletir sobre o seu sofrimento e o seu sacrifício, sobre sua vida, morte e ressurreição”, acrescentou.

Por isso, pediu para ter uma nova experiência de amor de Deus doado em Cristo, amor a que somos todos os dias chamados a restituir “ao próximo, principalmente a quem mais sofre e tem necessidades. Somente deste modo podemos participar plenamente da alegria da Páscoa”.

Em janeiro de 2016, oito anos depois do massacre contra os cristãos, o Arcebispo de Bombaim, Cardeal Oswald Gracias, permitiu o início do processo de beatificação de aproximadamente cem fiéis mortos em Orissa.

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