“A Igreja no México realiza uma tarefa incessante de apoio aos migrantes”, como são as 70 Casas do Migrante que em todo o país resgatam a dignidade humana dessas pessoas e as tratam como sujeitos de caridade, afirmou o Secretário Geral da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), Dom Alfonso G. Miranda Guardiola.

Em um comunicado publicado no dia 1º de março, o Prelado abordou a importância desses albergues no marco da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2017, “na qual nos convida a compreender e intensificar a vida do Espírito centrando o outro como um dom”.

Além disso, ocorre no contexto da política migratória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que expressou em várias oportunidades sua determinação em construir um muro ao longo da fronteira com o México para deter a imigração ilegal.

Em seu texto, Dom Miranda assinalou que essas casas “são administradas pela Igreja Católica, por alguns grupos de pastoral, congregações religiosas, leigos comprometidos, assim como por igrejas cristãs, organizações da sociedade civil e governo”, e se concentram na fronteira norte, sul e no centro do país.

O Secretário Geral da CEM indicou que essas casas “se tornam a primeira acolhida do migrante em trânsito ou deportado”, a quem expressam “da parte da Igreja que ninguém é ilegal nem imigrante e, por isso, são capazes de oferecer ajuda espiritual e moral”.

Nesses lugares, assinalou, recebem proteção, formação e assessoria psicológica e legal “para conhecer seus direitos humanos, porque a cada dia são deportados e repatriados centenas de migrantes, encontrados pela patrulha fronteiriça ou agentes de migração”.

“Conscientizam-lhes dos riscos dos serviços que implica migrar e oferecem-lhes o apoio com transporte de volta à sua terra de origem”, oferecem-lhes “hospedagem por um dia ou por tempo indefinido”, entre outros serviços.

Nesse sentido, “à luz dos serviços que esses centros prestam, hoje queremos convidar a seguir desenvolvendo esforços no âmbito da conscientização em todos os níveis da sociedade e das instituições quanto à dignidade e identidade do migrante, não como um delinquente nem objeto de uso e abuso, mas sim como um ser humano e sujeito de caridade”, expressou.

“Essas casas – afirmou – foram capazes de estabelecer redes através das quais compartilham informação, capacitação e oferecem apoio mútuo em favor do migrante. Por outro lado, há um trabalho inclusivo e exaustivo que ultrapassa fronteiras ao convergir com organizações católicas, universidades e organismos internacionais nos Estados Unidos e Canadá”.

Além disso, “as pessoas que colaboram nessas casas são em sua maioria voluntários e vão de 2 a 10 no máximo. Entretanto, apoiam-se na comunidade paroquial ou fiéis que oferecem seu tempo e serviço. A grande maioria das doações com que trabalham provém das comunidades em que estão inseridas essas casas”.

Nesse sentido, o Bispo incentivou a se envolver “para assistir esta população de irmãos que estão tão abandonados e que, além disso, são tão discriminados”.

“A Igreja quer fazer um chamado à comunidade católica: aos estudantes, aos trabalhadores e aos empresários a promover ações concretas em benefício dessas pessoas. A acompanhá-los de nossas trincheiras”, incentivou.

Finalmente, Dom Miranda agradeceu àqueles que trabalham em favor “de nossos irmãos migrantes”.

“Jesus também foi migrante, andou cansado, com fome e foi discriminado por ser estrangeiro. Vocês representam todos esses lares onde Jesus encontrou um lugar para descansar, um alimento para recuperar as forças e uma escuta atenta e compassiva. Saibam que o voluntariado que praticam é reconhecido e valorizado por Cristo e pela Igreja”, afirmou.

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