MEXICO D.F., 5 de jun de 2005 às 18:05
Ante a crescente onda de violência associada ao narcotráfico que se vive no México, os bispos da região nordeste desse país, advertiram que se corre o risco de perder muitos valores humanos transcendentes que dão coesão e estabilidade à sociedade.
Em um comunicado, os prelados mostraram sua preocupação pela sensação de impotência, desânimo e desconfiança surta na população ante um problema crescente que massacra de diversas maneiras aos jovens e às famílias.
“A vida é um dom que devemos cuidar tanto em nós mesmos como em outros. No flagelo do narcotráfico, em todas suas fases, se atenta diretamente contra a vida humana, ou porque a elimina violentamente, ou porque a destrói aos poucos”, indicaram.
Do mesmo modo, exortaram às autoridades governamentais a entender que “uma das raízes do problema é a desigualdade social, que nega oportunidades de desenvolvimento a maior parte da população, e a coloca na tentação de encontrar uma fonte de trabalho no crime organizado”
Os bispos mexicanos assinalaram que “não podemos permanecer calados ante o estrondo da violência, que desvaloriza a dignidade da pessoa, pois por cima dela coloca a busca desmedida do dinheiro, com todos os interesses mesquinhos e ações fraudulentas que suporta.
Advertiram que “esta terrível realidade manifesta a ausência e o vazio de Deus, porque na medida que excluímos sua existência e sua autoridade, ficamos desprotegidos e a mercê do mesmo homem, de modo que o mais ambicioso e poderoso pode decidir quem deve viver e quem deve morrer”.
“Diante de todo este panorama escuro se nos apresenta o desafio de deixar entrar a Deus nas nossas vidas, na família e na sociedade toda. O encontro com Ele nos leva a conversão, para erradicar a violência e trabalhar incansavelmente pela paz”, afirmaram.
Finalmente, os prelados insistiram aos mexicanos a trabalhar pelo México e por suas famílias e a não viver sob o medo e a ameaça de uns quantos que procuram implantar a cultura do terror.
O Arcebispo do Monterrey, Dom Francisco Robles Ortega, seus bispos auxiliares, e os bispos de Linares, Saltillo, Pedras Negras, Novo Laredo, Cidade Vitória, Tampico, Cidade Cerque e Matamoros, assinaram o documento.