Em uma entrevista publicada pelo jornal “Scarp de’ tenis”, realizado por e para pessoas que vivem em situação de exclusão social em Milão (Itália), o Papa Francisco pediu para receber todos os refugiados “que se possa acolher”.

O Santo Padre explicou que os refugiados “que chegam à Europa escapam da guerra ou da fome”. “E nós somos de alguma maneira culpados” pela situação em que vivem estas pessoas, que são obrigadas a fugir de suas casas, assinalou.

“Exploramos suas terras, mas não fazemos nenhum tipo de investimento para que eles possam ter benefícios. Têm o direito a emigrar e têm o direito a serem acolhidos e ajudados”.  Entretanto, Francisco reclamou que isso “deve ser feito com aquela virtude cristã que é a virtude que deveria ser própria dos governantes, isto é, a prudência”.

“Que significa?”, perguntou o Pontífice. “Significa acolher todos aqueles que ‘podem’ ser acolhidos”. Ao mesmo tempo, disse que é importante refletir “como” acolher. “Porque acolher significa integrar. Esta é a coisa mais difícil se os migrantes não se integram, são guetizados”, advertiu.

O Papa citou um exemplo para explicar o que significa integrar. “De Lesbos vieram comigo à Itália 13 pessoas. No segundo dia de permanência, graças à comunidade de Santo Egídio, as crianças já frequentavam a escola. Depois, em pouco tempo, encontraram onde alojar, os adultos se mexeram para frequentar cursos para aprender a língua italiana e para procurar um trabalho. Certamente para as crianças é mais fácil: vão à escola e em poucos meses já sabem falar o italiano melhor do que eu. Os homens buscaram um emprego e conseguiram”.

“Integrar, então, significa entrar na vida do país, respeitar a lei do país, respeitar a cultura do país, mas também fazer respeitar a própria cultura e as próprias riquezas culturais. A integração é um trabalho muito difícil”, assinalou.

Durante a entrevista, Francisco recordou que ele também é filho de imigrantes. “Na Argentina, somos todos migrantes. Eu nunca me senti sem raízes”.

Confira também: