O Secretariado Geral da Conferência de Bispos Católicos de Cuba (COCC) expressou a sua preocupação pelos migrantes cubanos que ficaram presos em países terceiros depois da revogação da norma “pés secos/pés molhados” e pediu aos governos de Cuba e Estados Unidos que encontrem uma “solução para eles conforme à justiça, tendo em conta a misericórdia”.

No dia 12 de janeiro, o governo de Barack Obama anunciou oficialmente o fim desta política que permitia aos imigrantes cubanos que chegavam ao território americano – pés secos – permanecer no país e conseguir depois de um ano o visto de residência permanente. Aqueles cubanos que eram interceptados no mar – pés molhados – eram devolvidos à ilha.

Esta política foi promulgada em 1995 por Bill Clinton e modificou a Lei de Ajuste Cubano de 1966 que também permitia que os imigrantes cubanos que eram detidos no mar ficassem nos Estados Unidos.

A partir de agora, os cubanos que quiserem emigrar ilegalmente aos Estados Unidos, serão devolvidos a Cuba.

Diante disso, o Episcopado cubano publicou um comunicado no último dia 14 para abordar “a nova situação gerada devido à inesperada revogação” desta norma pelo governo americano.

“Os bispos cubanos queremos manifestar a nossa preocupação pelos inúmeros compatriotas que se encontram em países terceiros e que, nesse momento, estão passando por um presente inesperado e um futuro incerto”, expressaram sobe as centenas de migrantes que se encontram atualmente em Costa Rica, México, Panamá e outros países, e que esperavam chegar aos Estados Unidos segundo a norma “pés secos/pés molhados”.

Os prelados disseram que são conscientes “do drama humano que afeta tantas pessoas e famílias, algumas delas fizeram grandes sacrifícios com o propósito de emigrar aos Estados Unidos, confiantes nas normas migratórias que os amparavam”.

Nesse sentido, “ao mesmo tempo que apreciamos o processo que está sendo feito a fim de uma relação melhor entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos, esperamos que as autoridades e as instituições dos distintos países envolvidos procurem caminhos de solução conforme à justiça, tendo em conta a misericórdia, para os que se encontram nesta situação crítica”.

O comunicado é concluído pedindo à Virgem da Caridade, Mãe e Padroeira de todos os cubanos, que “nos anime e nos una na busca do bem de cada um dos seus filhos”.

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