Centenas de pessoas, entre médicos, estudantes, enfermeiras e outros, realizaram um novo ato pela vida em frente ao Palácio La Moeda, em Santiago (Chile), a fim de manifestar seu total rechaço ao projeto de lei do aborto discutido no Parlamento. Além disso, expressaram, que este projeto irá tornar vulnerável os direitos constitucionais dos profissionais.

O ato, realizado no dia 5 de janeiro e organizado pelos médicos “comprometidos pela vida”, foi semelhante às manifestações do dia 17 de setembro e 11 de outubro. Mas, desta vez, somaram-se representantes de toda a equipe médica e advogados que serão afetados pela lei do aborto.

A votação do projeto de aborto pode ser realizada no dia 10 ou 16 de janeiro na Comissão de Constituição do Senado. Se o projeto for aprovado, será devolvido à comissão de Saúde do Senado para a votação de cada artigo e, caso avance, será promulgado pelo Poder Executivo.

 

A médica e porta-voz Maria Esther Goldsack enfatizou que com a lei, “em primeiro lugar, será vulnerada a vida, em seguida haverá uma discriminação no emprego, na educação, nas carreiras e na escolha da especialidade. Nossa objeção de consciência não poderá ser invocada ante a ‘prestação de saúde’ (aborto), no ensino, nem na formação de profissionais”.

Mediante um documento os profissionais detalharam que serão “discriminados arbitrariamente” em seus trabalhos no momento da contratação ou da qualificação e perspectivas de desenvolvimento profissional, “especialmente no setor público e nos estabelecimentos privados que aceitarem praticar abortos”.

Na área acadêmica, “aqueles que por convicções éticas rechaçarem o aborto serão excluídos do ensino e/ou adiados em sua carreira docente, pois os programas de estudo e de formação profissional passarão a incluir o ensinamento das técnicas abortivas”.

 

Entretanto, o ginecologista obstetra e porta-voz do agrupamento, Luis Jensen, disse ao Grupo ACI que a objeção de consciência “é um direito universal”. O profissional, que também é presidente da fundação Médica ‘Porta Vitae’, afirmou que tem a “esperança de que não seja aprovada (a lei de aborto) porque é contra a alma do Chile. Os chilenos não gostam do aborto e, com tudo o que transmitimos através da ciência, demonstramos que não é necessário”.

“Nosso desejo é servir à vida, cuidar da vida e protegê-la. Nossa principal inquietação é responder sim à vida e isto exige criatividade, generosidade, disponibilidade, astúcia de como solucionar problemas, bater nas portas e pedir ajuda; o serviço é sempre uma escola de humanidade extraordinária”, acrescentou.

Diana Contreras, estudante do curso técnico de Enfermagem expressou que “temos direito de decidir sobre a base dos nossos princípios e não participar de algo tão macabro como o aborto (…). Inclusive corremos o risco de que, se quisermos trabalhar na maternidade, nos neguem a possibilidade ou nos demitem por não querer participar dos abortos”.

 

Aqueles que realizaram o ato assinaram o Manifesto Médica pela Vida, o qual soma um total de 4.463 profissionais da área da saúde, 1.054 advogados e 47.308 pessoas em geral que rechaçam o projeto de lei de aborto.

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