A líder das Damas de Branco, Berta Soler, expressou seu desejo de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, condicione as conversas com Cuba a respeito das liberdades e da realização de eleições livres, e não faça como Barack Obama, que “empoderou o regime” de Raúl Castro.

Em declarações ao jornal colombiano ‘El Tiempo’, a líder dissidente advertiu que “Raúl é a continuidade de Fidel Castro” e, portanto, as coisas não mudaram em Cuba com a morte do ditador no dia 25 de novembro; mas aumentou a repressão.

Por isso, assinalou que as Damas de Branco não estão contentes com o modo como se tem levado o processo de descongelamento das relações entre os Estados Unidos e Cuba.

“Não estamos contentes porque Obama não condicionou Castro. E, em vez de empoderar a sociedade civil, os opositores e o povo, empoderou o regime”, afirmou em suas declarações divulgadas em 10 de dezembro.

Por isso, pouco mais de um mês antes que Trump assuma a Presidência dos Estados Unidos, Soler disse que têm a expectativa de que a nova administração condicione as conversas “à liberdade incondicional de todos os detentos políticos, à liberdade religiosa, eleições livres, plurais sem coação, com direito e liberdade para os cubanos”.

Nesse sentido, denunciou que o dinheiro que os americanos deixam em Cuba “vai parar nas mãos do regime cubano e não sabem que uso é dado a ele. Esteve a passarela da Chanel, filmou-se ‘Velozes e Furiosos’, deixaram milhares de dólares, mas em que gastaram este dinheiro?”.

“Raúl não tem vontade de mudar. Com dois anos de descongelamento não melhoramos nada. Não permite que os investidores estrangeiros contratem e paguem diretamente os trabalhadores cubanos. Os pagamentos devem passar pelo Estado, que depois lhe dará uma migalha ou 10%. O resto será para se manter no poder. Isto nós não queremos”, expressou.

Soler também se pronunciou em relação ao anúncio realizado anteriormente por Raúl Castro, o qual dizia que deixará o poder em 2018. Assegurou que não querem que o governo seja transferido a Miguel Díaz-Canel, primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e dos Ministros de Cuba, ou a algum familiar de Castro. “Temos o direito de escolher nas urnas a presidente ou o presidente do nosso país. Se nos equivocarmos, temos direito de escolher novamente”, assinalou.

“As mudanças devem vir de dentro, quando os cubanos sejamos capazes de impulsioná-lo, contando também com o apoio internacional”, afirmou.

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