O governo de Raúl Castro violou a Constituição cubana e a Declaração dos Direitos Humanos por agredir “selvagemente” Eduardo Cardet durante sua detenção no último dia 30 de novembro, denunciou o Movimento Cristão Libertação (MCL).

“Em flagrante violação à Constituição socialista de junho de 2002, em seus artigos 1 e 58, (Eduardo Cardet) foi detido e agredido selvagemente, na presença de agentes da Segurança do Estado, por vários membros uniformizados da Polícia Nacional Revolucionária”, assinalou o MCL em um comunicado divulgado na quinta-feira, 8 de dezembro.

No dia 30 de novembro, Cardet foi detido violentamente na rua, no município de Velasco, província de Holguín, quando regressava de uma visita a seus pais. Desde então, sua família e membros do MCL não puderam ter contato físico com o líder opositor, apenas obtiveram breves informações dos policiais; e hoje poderia ser visto por sua esposa.

O movimento fundado por Oswaldo Paya recordou que o artigo 58 da Constituição assinala em seu parágrafo terceiro que “o detido ou preso é inviolável em sua integridade pessoal”.

No entanto, “em entrevista de agentes da polícia com o pai e a esposa do Dr. Cardet, reconheceram que o agrediram”. Apesar desta violação da sua integridade, ele “será acusado de atentado contra as forças da ordem pública, escândalo e desordem pública”, indicou o MCL. Mas, na verdade – denunciou anteriormente –, a prisão é uma repressão pelas críticas que ele fez na semana passada ao legado de Fidel Castro e seu por seu trabalho à frente do movimento.

Além disso, denunciou que no dia da detenção, “os agentes da Segurança do Estado não fizeram nada para evitar o ato de brutalidade policial que se estava perpetrando”.

“Sem qualquer explicação, foi detido e brutalmente agredido pela polícia na presença de seus filhos, menores de idade, e da esposa, em frente à sua casa. Foi introduzido em um jipe, ??onde continuaram a espancá-lo até a Unidade de Polícia, distante cerca de cem metros do local. Os vizinhos ouviram quando lhes gritava “assassinos”. De lá, o levaram para a primeira Unidade de Polícia em Holguín, capital da província. Há alguns dias, a Segurança do Estado passou o caso para a polícia e, atualmente, encontra-se em prisão preventiva à espera do julgamento”, recordou o MCL.

O movimento dissidente denunciou “ante nossos irmãos cubanos e a opinião pública internacional este ato do oficialismo cubano que viola o Art. 5 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ‘Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante’, da qual Cuba é signatária”.

Além disso, assinalou, o regime também “ameaçou prender Yordan Mariño, membro do MCL e primo da esposa do Dr. Cardet”.

Do mesmo modo, em sua conta no Facebook, o MCL informou nesta sexta-feira que “na noite passada permitiram um telefonema para Eduardo Cardet”. “Muito preocupado, advertiu sua esposa para ter cuidado com a polícia, pois querem te irritar”, indicou.

Além disso, denunciou que “a Segurança do Estado está ameaçando os vizinhos que viram a violenta detenção e muitos estão trancados em suas casas por medo”.

Cardet se mantém firme em suas convicções

Na quinta-feira, o MCL também informou em sua conta de Facebook que “as sequelas da agressão (a Cardet) ainda são evidentes, especialmente no rosto e nos olhos inchados e roxos”; mas, apesar dos maus-tratos, “Eduardo Cardet se mantém firme em suas convicções e de que sua prisão é injusta”.

Sobre o julgamento ao qual querem submetê-lo, indicou que “o instrutor do caso informa que pedirá entre 1 e 3 anos pelo delito de atentado à autoridade, alegando que foi Eduardo que agrediu a polícia com a bicicleta quando ia ser detido”

Diante disso, Yaimaris Vecino, esposa do coordenador nacional do MCL, “insiste que esta é uma acusação inventada pela Segurança do Estado”.

A também dissidente recordou que, dias antes, agentes do regime também a detiveram e a advertiram que seu marido seria detido quando regressasse dos Estados Unidos, “para neutralizar seu trabalho como coordenador nacional do MCL, em especial pela iniciativa ‘Um cubano, um voto’”.

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