O ativista Yordan Mariño informou que no dia 7 de dezembro o coordenador nacional do Movimento Cristão Libertação (MCL), Eduardo Cardet Concepção, foi transferido à prisão provisória de Holguín, à espera do julgamento por “desordem pública e atentado”, argumentos usados para prendê-lo por criticar Fidel Castro.

Em um áudio difundido pelo MCL, Mariño relatou que no dia 6 de dezembro a sogra e a esposa de Cardet se dirigiram à sede da Polícia em Velasco (Holguín) para pedir informação sobre o líder opositor e verificar seu estado de saúde, devido à violenta agressão que sofreu em 30 de novembro durante a sua detenção.

Entretanto, denunciou o MCL, os policiais “não permitiram que a família visitasse Eduardo, por isso desconhecem o seu estado físico”.

Mariño indicou que o chefe da Polícia informou apenas que “Eduardo ia ser transferido à prisão provisória da província de Holguín para esperar o seu julgamento, tendo sido acusado de atentado, desordem pública, entre outros cargos”. “A Segurança do Estado ‘lavou as mãos’, entregou o caso à Polícia para torná-lo um caso comum”, acrescentou.

No dia 1º de dezembro, o MCL denunciou que o governo pretende condenar Cardet usando como desculpa as acusações de “desacato, escândalo público, resistência à autoridade e lesões”, pois no fundo se trata de “uma represália por ter criticado Fidel Castro” e pelo trabalho do MCL dentro e fora da ilha a favor de iniciativas como ‘Um Cubano um voto’, a fim de que sejam realizadas eleições livres e plurais”.

Mariño indicou que já “era de se esperar” a represália contra o coordenador nacional do MCL.

“Eles (o governo) estavam loucos por inventar uma causa a Eduardo e conseguiram porque o provocaram e agrediram”. Entretanto, assegurou que o movimento dissidente tem “testemunhas a favor de Eduardo, de que ele foi agredido em plena rua e que ele não cometeu os atos dos quais é acusado. Essas testemunhas serão apresentadas, assim não vai ser muito fácil que inventem uma causa”, afirmou.

Por sua parte, o MCL também informou que no último dia 5 de dezembro foram detidos três jovens ativistas de Manatí, Las Tunas. Indicou que o objetivo do regime era “evitar a sua viagem a Holguín e o interesse pela situação de Eduardo Cardet.

Assinalou que os três jovens são José Miguel Cedeño, Rafael Ayala e Juan Almaguer, que além disso “foram ameaçados para que deixassem o MCL e não entrassem em contato com o MCL em Holguín”.

O caso de Cardet interessou também a comunidade internacional. A Organização Democrata Cristã da América (ODCA), na última terça-feira, exigiu que o governo de Cuba liberte de forma “imediata” o líder opositor.

O prefeito de Miami (Estados Unidos), Tomás Regalado, também se pronunciou e pediu às organizações cívicas que solicitem em Washington uma ação diplomática em favor do médico dissidente.

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