O Movimento Cristão Libertação (MCL) denunciou que seu coordenador nacional, Eduardo Cardet, será levado aos tribunais do governo comunista em represália às críticas que fez ao legado de Fidel Castro e enfrentará uma possível pena de 15 anos de prisão.

No último dia 30 de novembro, quatro policiais foram à casa de Cardet e Concepción em Holguín e, depois de prendê-lo violentamente, levaram-no aos calabouços que o governo tem nesta província, onde permanece atualmente.

Hoje, através do seu site, o movimento dissidente denunciou que as autoridades comunistas prolongarão a “detenção de Eduardo Cardet para ser levado aos tribunais por desacato, escândalo público, resistência à autoridade e lesões”.

Em declarações ao Grupo ACI, o movimento advertiu que estes cargos são uma desculpa, pois no fundo se trata de “uma represália por ter criticado Fidel Castro”, falecido em 25 de novembro, e pelo trabalho do MCL dentro e fora da ilha a favor de iniciativas como “Um Cubano um voto”, “que pede mudanças na lei eleitoral a fim de que sejam realizadas eleições livres e plurais”.

O Grupo ACI tentou fazer uma ligação telefônica à esposa de Cardet, Concepción, mas não conseguiu. O MCL indicou que as comunicações com seus familiares em Holguín “se tornou complicada” nestes momentos.

Apesar disso, sabe-se que “Cardet teve que ser atendido por médicos na unidade policial onde está preso, devido à agressão que sofreu, sobretudo por uma grande pancada na cabeça e outra nas costas”.

O julgamento será “uma farsa”

Regis Iglesias, porta-voz do MCL, advertiu que “se o regime já decidiu sequestrar Cardet, submeterão a uma farsa judicial com advogados que possivelmente conheça o próprio dia do julgamento”.

Iglesias, que ficou preso por sete anos pelo seu ativismo no MCL, disse ao Grupo ACI que seguindo as ações do governo, Eduardo Cardet enfrentará “uma acusação formal da Procuradoria que terá sido determinada pela própria Segurança do Estado e um tribunal integrado por membros do partido comunista ou sujeitos totalmente comprometidos com o regime”.

Estes membros, indicou, “já terão o roteiro para sancioná-lo segundo a própria acusação da Procuradoria. Obviamente não precisarão demonstrar a veracidade das acusações”.

Em declarações ao Grupo ACI no último dia 29 de novembro, o líder do MCL criticou a herança que o ditador comunista deixou para Cuba. Indicou que o verdadeiro legado de Fidel Castro é de tristeza e “miséria de todo tipo”.

Além disso, denunciou que o que respiram em Cuba é “um luto imposto” e que as pessoas são ameaçadas de alguma maneira a assinar o livro de condolências e que “estão pressionando” aqueles que estão vinculados e pertencem às organizações do governo a assinar “um compromisso de adesão aos princípios do que chamam de ‘sociedade socialista’ e ao suposto legado de Fidel Castro, o que é lamentável, pois não é feito em um clima de liberdade”.

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