A Conferência Episcopal do Uruguai divulgou os resultados de um estudo que realizou sobre as distintas acusações de abuso sexual contra menores por sacerdotes durante os últimos 70 anos e informou as medidas adotadas ante estes acontecimentos.

“Levando em consideração os casos que já foram julgados e os que não se referem ao tema abuso sexual de menores, tivemos 44 denúncias (contando com os acusados falecidos), que correspondem a 40 denunciados. Estas denúncias abrangem um período de 70 anos”, informaram os Bispos em um comunicado.

De todas estas denúncias, 18 se referem a abusos realizados há mais de 40 anos, 16 se referem a casos entre 20 e 40 anos, 5 correspondem entre 10 e 20 anos, e os outros 5 casos, nos quais foi comprovado que “não se referiam a abuso de menores, mas a comportamentos errados contra maiores”, datam dos últimos 10 anos.

Em 20 casos que comprometem membros de congregações religiosas, “os respectivos superiores iniciaram o protocolo para a sua investigação”, enquanto outras 24 denúncias que envolvem sacerdotes do clero secular “foram entregues aos seus respectivos bispos para que seja realizada a investigação”.

Por outra parte, há alguns casos nos quais a investigação foi fechada porque não houve ratificação dos denunciantes, porque algumas pessoas só queriam “ser escutadas pela Igreja e receber uma palavra de compreensão e consolo”, ou porque “comprovaram que a denúncia era sem fundamento”.

Além disso, “há algumas denúncias que ainda estão sendo investigadas e há quatro sacerdotes que foram afastados do seu ministério”.

Para abordar esta realidade, os bispos constituíram a Comissão para a Prevenção de Abusos Sexuais a Menores, com a missão de elaborar e propor normas que garantam ambientes seguros em paróquias e centros educativos, “trabalhando em conformidade com o Centro de Prevenção do Vaticano”.

“Também tivemos cursos sobre prevenção de abusos com peritos da Igreja do Chile, nos quais participaram bispos, sacerdotes e educadores”.

Os bispos uruguaios recordaram também a habilitação de uma “linha telefônica em todo o país, para facilitar às vítimas a apresentação da denúncia” que “se derivaram imediatamente ao bispo do lugar ou ao superior competente, no caso de membros de congregações religiosas”.

“Há aproximadamente cinco meses não foram recebidas novas denúncias”, sustentaram.

Os bispos manifestaram sua “firme disposição para receber, escutar e acompanhar as vítimas, investigando e procedendo com rigor, de acordo com um protocolo elaborado com ajuda de profissionais de diversas disciplinas”.

Por fim, a jornada penitencial convocada pelo Papa Francisco para pedir perdão pelas vítimas de abusos sexuais contra menores na Igreja, será realizada no Uruguai no dia 1º de março de 2017, no início da Quaresma.

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