O presidente da Comissão de Patrimônio da Arquidiocese, Jaime Sancho, confirmou o achado de afrescos renacentistas –pintados pelos italianos Lorenzo Pagano e Paolo de San Leocadio entre 1472 e 1481– na cúpula do altar maior da Catedral de Valência, em perfeito estado de conservação”.

As obras estuveram ocultas desde que em 1674  houve a reforma barroca do presbitério da Catedral, quando a cúpula original foi coberta por outra de estuque, situada a 80 centímetros de distância “com a evidente intenção de proteger as pinturas”. A câmara de ar que ficou entre ambas manteve os afrescos intactos.

Ao realizar  algumas provas durante a restauração do altar maior, dirigidas pelos professores Carmen Pérez e Javier Catalá, apareceram os frescos “em que dá para apreciar muito claramente  quatro anjos com instrumentos originais sobre um fundo celeste, formando parte de uma cena de glorificação em que a figura central ainda não pode ser vista”.

As pinturas foram realizadas entre 1472 e 1481 pelos artistas Lorenzo Pagano e Paolo de San Leocadio por encargo do cabildo da Catedral, seguindo a recomendação do então Bispo de Valência, Dom Rodrigo de Borja, futuro  Alexandre VI, durante uma visita que fez a Espanha.

“Trata-se de uma das melhores pinturas a fresco do renascimento encontradas na Espanha até o momento”, afirmou Sancho à  agência AVAN e explicou que “no arcquivo da Catedral de Valência há documentação sobre essas pinturas e os contratos com os artistas, devido a que a surpresa foi tanto pelo seu achado como por seu magnífico estado de conservação”.

“Na realidade os afrescos encontrados foram os terceiros pintados sobre a abóboda, já que anteriormente houve outras representações artísticas, que se perderam. A última delas em 1469 no incêndio do retábulo gótico da Catedral”, acrescentou.